A deterioração irreversível de brinquedos do Parque Moinhos de Vento (Parcão), em Porto Alegre, levou os adotantes da área verde a dar início à substituição dos equipamentos. Como o problema é amplo, afetando praticamente todos os brinquedos, o parque ganhará uma nova pracinha infantil, totalmente remodelada.
Segundo o vice-presidente de Operações da construtora Melnick (uma das adotantes do parque), Marcelo Guedes, estão em andamento dois estudos de um novo projeto de playground para a área. O próximo passo será a apresentação do plano à prefeitura, que precisaria aprová-lo. Na sequência, seriam buscadas empresas parceiras com o objetivo de se angariar fundos para a execução do projeto.
— Contamos com uma previsão de aprovação do projeto neste segundo semestre, mas ainda sem data definida — esclarece.
Por gerarem risco às crianças, caso utilizados, oito brinquedos lúdicos feitos em madeira foram retirados há algumas semanas. Guedes explica os motivos para a retirada.
— Os brinquedos estavam deteriorados pelo tempo, não aceitando mais manutenção e oferecendo grande risco aos usuários — afirma.
Como a ideia é transformar o local de forma significativa, os brinquedos ainda existentes lá e que apresentam defeitos também serão substituídos. Está sendo analisado, no projeto, a possibilidade de troca do piso de areia da pracinha, que costuma ficar encharcado em dias de chuva.
Frequentadores sentem falta dos brinquedos
Os frequentadores da pracinha foram surpreendidos com a retirada dos oito brinquedos lúdicos feitos em madeira. Mães que costumam levar os filhos para brincar no espaço ao ar livre reclamam da falta de informações sobre essa medida por parte da prefeitura e das empresas adotantes do parque.
— Havia brinquedos de madeira superlegais no Parcão. Esses mais rústicos, que as crianças amavam, foram retirados da praça — relata a farmacêutica Cândice Felippi, 40 anos.
Cândice, que tinha o costume de levar os filhos de dois e quatro anos à pracinha, passou a ir à Encol e à Redenção. Ela também critica o estado de conservação dos brinquedos ainda mantidos no espaço. Como a falta de um degrau para subir no escorregador, o que pode ocasionar quedas.
— É uma praça que fica no coração de Porto Alegre e que deveria estar, hoje, muito melhor do que está — observa ela, que administra o perfil Me Leva Mãe no Instagram. O endereço conta com mais de 7 mil seguidores e dá dicas de locais para se levar os filhos no Rio Grande do Sul.
Entre os brinquedos de madeira retirados estão um escorregador, uma tirolesa e um balanço de pneu grande.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), que é responsável pelos parques da Capital, conta, desde 2018, com quatro adotantes para cuidar e realizar melhorias no Parcão: Melnick, Grupo Dimed (Panvel), Grupo Zaffari e Hospital Moinhos de Vento.
O vice-presidente de Operações da Melnick explica como funciona o encaminhamento dos recursos para manutenção do parque:
— Existe um valor mensal investido pelos adotantes que é distribuído de acordo com as necessidades de cada espaço no parque, não havendo um valor específico para a área do playground.
Brinquedos lúdicos como os retirados do Parcão são comuns em vários lugares do mundo. O Heckscher Playground, localizado no Central Park, em Nova York, e o Maggie Daley Park, em Chicago, que fica ao lado do Millenium Park, são dois exemplos. Nem é preciso ir muito longe ou apenas em espaços abertos ao público: a Sogipa possui uma praça para as crianças com oferta de brinquedos lúdicos, assim como outros clubes semelhantes.
O que diz a prefeitura
A Smamus respondeu por meio de nota sobre os questionamentos acerca da retirada dos brinquedos de madeira:
“Os brinquedos de madeira da pracinha do Parque Moinhos de Vento, localizada na área próxima à rua Comendador Caminha, foram retirados por estarem danificados em função do uso e do tempo. A prefeitura deverá em breve apresentar um novo projeto para o playground com melhorias e mais opções de lazer para as crianças. Estudos estão sendo desenvolvidos em parceria com as empresas adotantes do Parcão, mas não há ainda definição dos valores a serem investidos na obra.”