O lago do Parque Moinhos de Vento, o Parcão, em Porto Alegre, vai receber melhorias. A revitalização deve envolver a retirada de 7 mil metros cúbicos de lodo, recuperação da rede elétrica e instalação de um chafariz, o que ajudará na oxigenação da água.
A obra será financiada pela construtora Melnick como contrapartida de um empreendimento, o Nilo Square Garden, na Avenida Nilo Peçanha. A estimativa é de que sejam investidos R$ 2,8 milhões, sendo R$ 156 mil para o projeto e gerenciamento e o restante para a execução. Ambos os trabalhos estão a cargo da Bourscheid Engenharia e Meio Ambiente. A Melnick já é uma das adotantes do Parcão, mas a reforma não tem relação com essa parceria.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) passou à construtora estudos prévios indicando as necessidades que devem ser atendidas, priorizando o bem-estar da fauna e da flora do espaço.
— Buscamos um projeto que possa resolver os problemas do lago. A água vai secando, não sabemos o porquê. Além disso, as pessoas abandonam animais, como patos, quando não querem mais — diz o titular da pasta, Germano Bremm, acrescentando que já foram feitas melhorias emergenciais, como oxigenação da água e desassoreamento, além da colocação de placas informativas para que os frequentadores não abandonem animais.
De acordo com a coordenadora de Gestão de Áreas Verdes da secretaria, Priscila Spohr, a intenção priorizar o aspecto ambiental:
— A ideia não é revitalização estética, mas da fauna, da geração da água.
Conforme a gerente de lançamentos da Melnick, Cláudia Lima, a elaboração do projeto tem prazo de quatro meses para ser finalizada. Depois, será assinado um termo com a prefeitura para a etapa da obra, com previsão de início em setembro e finalização em abril de 2023.
Já a contratação do serviço da Bourscheid Engenharia e Meio Ambiente está formalizado, mas ainda não efetivado, conforme o diretor da empresa, Cylon Rosa Neto. Segundo ele, ainda são necessárias validações da prefeitura e do Ministério Público, o que deve ocorrer em breve. Contudo, Rosa neto adianta que a forma de trabalho já está definida e resume como deve ser a empreitada:
— São duas frentes principais: estruturais e meio ambiente. Na primeira, temos o desassoreamento, que é a principal. Da parte ambiental, faremos uma drenagem. Vamos dividir o lago em duas partes, isolar, passar os animais para um deles e fazer o que tem de ser feito no outro. Depois, inverte.
Bremm é mais cauteloso sobre prazos e prefere não estipular datas. Ele também pontua que a permanência dos animais depois das obras vai depender de novos estudos que indiquem as condições de qualidade de vida.