Os cágados dos parques da Redenção e Moinhos de Vento (Parcão) passarão por checagem de casco, patas, olhos e de comportamento, em uma análise que apontará as diferenças entre os dois ambientes para a saúde dos animais. Realizado por técnicos da Equipe de Fauna Silvestre e da Diretoria de Áreas Verdes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), esse estudo iniciou na quarta-feira (26).
Coordenadora da Equipe de Fauna Silvestre da pasta, Soraya Ribeiro destaca que os animais não estão doentes e não oferecem risco de passar alguma doença.
— Faz parte de um trabalho de rotina onde verificaremos a situação geral dos animais. Se for constatado problema, o animal será destinado à ONG Voluntários da Fauna, que possui parceria com a Smamus — esclarece.
Em um primeiro momento, técnicos da Smamus visitaram os parques com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para compartilhar conhecimentos. A partir da próxima semana, os servidores da secretaria começarão a avaliação sozinhos.
— Nas próximas semanas, iremos coletar os dados e verificar a parte biológica e comportamental dos cágados. Depois iremos estudar os resultados e compreender se existe alguma diferença entre os habitats dos parques e como podemos amenizá-la — acrescenta Soraya Ribeiro.
O estudo ocorre no parque mesmo, onde os técnicos retiram os animais da água e verificam a saúde deles. Como a maioria dos cágados não é nativa e ocorre a hibridização, isto é, quando duas espécies procriam, a equipe também pretende verificar quais espécies existem.
Por não estarem no período de hibernação, os cágados estão mais ativos em busca de alimentos, tornando este o momento ideal para a realização do estudo.
— Eles se alimentam de pequenos animais aquáticos, mas, nos parques, muitas pessoas dão comidas, o que acaba sendo prejudicial para eles — explica a veterinária da Equipe de Fauna Silvestre da Smamus, Jamila Carvalho.
O departamento esclarece que nenhum animal silvestre deve ser alimentado pelos usuários, pois existem alimentos que fazem mal ao seu organismo.
Os cágados presentes nos parques se diferem das tartarugas por possuírem o pescoço mais longo, casco mais achatado e patas com membranas, além de outras características biológicas.
Nem o Parcão, nem a Redenção tinham animais nativos como cágados. Segundo a Smamus, todos que estão nesses espaços foram abandonados no local, o que é considerado crime de maus-tratos no Brasil.
Recentemente, os patos, marrecos e gansos do Parque Moinhos de Vento passaram por exames, e a prefeitura de Porto Alegre chegou a anunciar que seriam removidos. De acordo com a assessoria de imprensa da Smamus, ainda não há definição sobre o destino desses animais.