Após a vitória judicial obtida na terça-feira (18), o governo do Rio Grande do Sul garante que o projeto de revitalização do Cais Mauá não voltará à estaca zero. Segundo o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, a decisão da Justiça "retoma o ponto em que estávamos em agosto do ano passado, com a liberação para retomar a área que é de propriedade do Estado".
— Os trabalhos não deixaram de acontecer. (…) Agora, temos a expectativa de fazer uma modelagem, contrato com o BNDES, convênio para utilização de serviços de modelagem ou alguma outra instituição que possa auxiliar na consultoria de estabelecer a modelagem de qual é o melhor empreendimento. (O projeto) Não volta à estaca zero porque já estávamos com isso em andamento — disse, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, nesta quarta-feira (19).
No ano passado, o governo decidiu romper contrato com a Cais Mauá do Brasil, que, ainda na gestão de Yeda Crusius, venceu a licitação para recuperar a área portuária da Capital. Na terça, a juíza Daniela Cristina de Oliveira Pertile Victoria, da 6ª Vara da Justiça Federal, negou liminar à empresa por entender que não houve ilegalidade no procedimento do Estado.
Na semana passada, GaúchaZH mostrou que, passados mais de oito meses desde o rompimento do contrato, os pavilhões tombados seguem se deterioramento às margens do Guaíba. Em razão do impasse jurídico criado, está em obras apenas a fração destinada a receber o Embarcadero, espécie de piloto localizado nas proximidades da Usina do Gasômetro.
A intenção anunciada pelo Piratini é implantar um novo modelo de recuperação que prevê a venda de alguns lotes do cais para empreendedores que se comprometam a investir no restante da área, em vez de oferecer uma concessão temporária como hoje. Ao Gaúcha Atualidade, o procurador-geral do Estado previu prazo de "pelo menos de seis meses a um ano para que tenhamos o resultado dessa tramitação".