Jornalista formada pela PUCRS, colunista de Política de ZH e apresentadora do programa Gaúcha Atualidade, na Rádio Gaúcha.

NOVO PLANO

Futuro projeto do Cais Mauá prevê a venda de lotes para a iniciativa privada

Enquanto BNDES prepara nova modelagem, governo do Estado busca uma solução de curto prazo para ocupar temporariamente a área junto à Usina do Gasômetro

Rosane de Oliveira

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Gustavo Mansur / Palácio Piratini
Governador apresentou, nesta quinta-feira (30), as linhas gerais do que espera para a área do Cais Mauá

Rompido o contrato com a Cais Mauá do Brasil, o governo de Eduardo Leite parte agora para a busca de uma solução de curto prazo, enquanto formata um projeto mais amplo de ocupação da área. Na entrevista coletiva em que apresentou os motivos do governo para rescindir o contrato, e que são os apontados em parecer da Procuradoria-Geral do Estado entregue no dia 10 de maio, Leite deixou claro o que está sendo pensado para o futuro. A ideia é vender parte da área e, com o dinheiro, revitalizar os armazéns tombados ou fazer permuta com investidores dispostos a bancar a reforma e a manutenção dos galpões, para transformação em área de cultura e lazer.

Como esse processo é demorado, o governo busca uma solução de curto prazo para ocupar, em caráter temporário, a área junto à Usina do Gasômetro, que vem sendo chamada de Marco Zero e que tem um projeto em andamento, o Cais Embarcadero, com previsão de funcionamento na primavera deste ano. Leite deu 15 dias para que a Procuradoria-Geral do Estado responda se é possível ceder, sem licitação, a área do Embarcadero aos investidores, Grupo Tornak e DC Set, que manifestaram interesse em fazer um contrato direto com o Estado, pelo prazo de quatro anos.

A PGE vai ouvir o Tribunal de Contas, o Ministério Público e o Ministério Público de Contas antes de dar um parecer. Se a conclusão for de que é preciso fazer licitação, o procurador Eduardo Cunha da Costa acredita que serão necessários pelo menos três meses para elaboração do termo de referência e realização do certame. No caso do estacionamento, que está praticamente pronto para ser aberto, a Cais Mauá havia locado o espaço para a All Park (Estapar), sem autorização do Estado. 

Com ou sem licitação, o Embarcadero é um projeto provisório para oferecer, no curto prazo, uma opção de lazer, cultura e gastronomia, enquanto o BNDES trabalha na modelagem de um projeto para todo o complexo. O governador está convencido de que será mais fácil atrair investidores se o Estado oferecer a possibilidade de compra da área.

— Qual empreendedor vai querer colocar seu dinheiro em um negócio que, depois de 25 anos, terá de ser devolvido ao Estado? — questiona.

Se o governo federal concordar em retirar a condição de porto, o Estado poderá vender para uma construtora, por exemplo, a área das docas, na altura da Estação Rodoviária, que no projeto original abrigaria um hotel e dois edifícios de escritórios. 

A construção de um shopping, prevista no contrato com a Cais Mauá, não deve integrar o futuro projeto. O governador tem dito que deseja “um projeto moderno para uma área icônica da Capital”. A inspiração é o Brooklyn Bridge Park, às margens do Rio Hudson, em Nova York.

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