O projeto que pretende revitalizar uma área de 19 mil metros quadrados do Cais Mauá, no Centro Histórico, em Porto Alegre, está praticamente todo comercializado, apesar da indefinição sobre o contrato de concessão do Cais Mauá – o governo recebeu estudo que sugere rescindir o contrato com os atuais responsáveis pela revitalização. Desenvolvido pelas empresas DC Set e Tornak, o chamado Cais Embarcadero trata de fechar negociação com os últimos parceiros.
A proposta tem a intenção de mudar a paisagem em 640 metros da orla do Guaíba, próximo à Usina do Gasômetro. A previsão de ocupação do local é de 5 mil a 7 mil pessoas por dia. Aos finais de semana a expectativa é que o público possa chegar a 15 mil pessoas por dia. O projeto pretende oferecer espaços para contemplar o pôr do sol, para prática de esportes, com restaurantes e lancherias, entre outras atrações.
O investimento projetado já passa dos R$ 5 milhões. Esse montante será ainda maior, pois os operadores também precisarão montar seus espaços depois que a obra for concluída. O contrato firmado com o consórcio Cais Mauá do Brasil estipula que o espaço será usado por quatro anos.
— Os recursos que estão vindo são 100% da iniciativa privada. É um investimento alto para se fazer em quatro anos, mas a gente se anima em fazer porque conseguimos atrair patrocinadores relevantes, que estão acreditando no projeto. A implantação do Cais tem tudo para criar um ciclo virtuoso e de confiança na região — projeta o sócio-diretor da Tornak, Fernando Tornaim.
A Rua Pôr do Sol, por exemplo, está localizada entre o Armazém A7 e o Guaíba. Na frente do conjunto de seis galpões, contêineres serão instalados. Neles, seis restaurantes vão oferecer almoço, janta e happy hour para até 700 pessoas. Três marcas já foram divulgadas. São elas: Amicci, 20barra9 e Bah.
Ao lado da área gastronômica, está o beach club. Será uma área para contemplar o rio, com até 400 cadeiras dispostas, com serviço de venda de bebida e um mini-palco para shows.
Uma outra área de alimentação do Embarcadero vai oferecer lanches rápidos. Junto a ele haverá também um parque com brinquedos infantis. Três quadras de esportes de areia também estão contempladas no projeto.
Um "mini mall" vai oferecer opções de serviço para os frequentadores. Os artistas locais terão a chamada "esquina das artes". O espaço terá feiras e mostras culturais. O tradicionalismo estará representado na "praça do gaúcho", com comercialização de produtos típicos.
— Será também um espaço com destino para os turistas que vão à Serra e que não ficam sequer uma hora em Porto Alegre — diz Tornaim.
A prainha terá uma arquibancada para as pessoas ficarem sentadas mais perto do Guaíba. O Embarcadero terá ainda banheiros, enfermaria, bicicletário e 600 vagas para veículos em duas áreas de estacionamento.
O cronograma estipula que as obras relacionadas às instalações hidrosanitárias e de energia começam em abril. Entre maio e junho, ocorrerão a construção da subestação de energia, o nivelamento do terreno e a execução das arquibancadas, pisos, bases para os contêineres.
Em julho e agosto, serão realizados os cabeamentos elétricos, construção dos pisos, deques de madeira, guarda-corpos, postes de iluminação, paisagismo e início da entrada dos contêineres. Em setembro, serão concluídas as ligações elétricas e hidrossanitárias, personalização de contêineres, limpeza geral do terreno e últimos arremates. O cronograma pode sofrer alterações nas suas etapas, mas não deverão afetar o prazo para inauguração projetado para setembro.