A prefeitura de Porto Alegre deu mais um passo, nesta sexta-feira (21), para viabilizar as obras de revitalização do Trecho 3 da nova orla do Guaíba, entre a foz do Arroio Dilúvio e o Parque Gigante, do Inter. Em sessão pública realizada pela Superintendência de Licitações e Contratos da Secretaria Municipal da Fazenda, foram abertos envelopes com propostas de seis empresas e consórcios interessados em executar o projeto.
Os concorrentes são: Consórcio Aca RGS (formado pelos grupos Alberto Couto Alves - Brasil, RGS e Alberto Couto Alves S.A.), Consórcio DT-Guaiba (constituído pelos grupos DP Barros e Traçado), Construtora Pelotense, Sultepa, Tecon e Toniolo Busnello. O resultado é comemorado pelo vice-prefeito da Capital, Gustavo Paim, que coordena o processo.
— Temos grupos locais, nacionais e internacionais concorrendo, todos reconhecidos na área, o que é ótimo. Além disso, se os seis interessados forem habilitados, poderemos ter deságio considerável no preço — avalia Paim.
Orçado em R$ 57,8 milhões e desenvolvido pelo arquiteto Jaime Lerner, o projeto do Trecho 3 prioriza o uso esportivo do espaço. Ao longo de 1,6 quilômetro, serão implementadas 27 quadras (de futebol, tênis, vôlei de praia e tênis de praia), academia ao ar livre e uma pista de skate, considerada a maior da América Latina. Haverá ainda três bares, esplanada e estacionamento com 200 vagas, entre outros itens (veja os detalhes no infográfico abaixo).
A partir de agora, os técnicos da prefeitura irão analisar a documentação apresentada e publicar o resultado, definindo os postulantes aptos a seguirem no processo. Na sequência, haverá prazo de 10 dias para recursos. Somente depois disso serão analisadas as propostas financeiras de cada proponente e, por fim, definido o vencedor.
— Se tudo der certo, poderemos assinar o contrato e iniciar as obras em agosto, com prazo de conclusão de 12 meses — estima o vice-prefeito.
A data-limite de agosto de 2020 é imposta pelo contrato de financiamento do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), que garantiu recursos para a revitalização. O edital de licitação foi lançado em abril e alterado em maio, a partir de sugestões feitas pelo Tribunal de Contas do Estado. Para garantir que tudo transcorra dentro do previsto e para "domar a burocracia", Paim diz que a prefeitura irá criar um grupo de fiscalização.
— Aprendemos muito com o Trecho 1, que teve as obras atrasadas por uma série de razões. No caso do Trecho 3, estou acompanho o processo diariamente. Fico imaginando o ganho que Porto Alegre terá quando toda a orla estiver revitalizada. Será muito importante para a cidade — projeta o vice-prefeito.
Esse será o segundo trecho revitalizado pela prefeitura. Confira como estão os outros trechos:
Situado entre a Usina do Gasômetro e a Rótula das Cuias, que recebeu o nome de Orla Moacyr Scliar, foi entregue em 29 de junho de 2018 e é um sucesso popular.
Vai da Rótula das Cuias até o Arroio Dilúvio e ainda não tem projeto definido, mas a prefeitura pretende lançar, até dezembro, edital para conceder o espaço à iniciativa privada. A área inclui o Anfiteatro Pôr do Sol e será o "setor de entretenimento". Caberá aos futuros investidores tocar as obras necessárias. Em troca, eles poderão faturar com a exploração de atrações. A ideia é que o trecho englobe uma série de bares e restaurantes.
Já o intervalo entre o Pontal do Estaleiro e o ponto de embarque do catamarã, na frente do BarraShoppingSul, está em negociações. A Multiplan, dona do Barra, tem projeto que prevê investimento de R$ 2,5 bilhões na construção de até 19 torres no entorno do local. Como vai usar parte de área pública, o total de contrapartidas que terá de dar à cidade alcança R$ 84 milhões. Desse valor, cerca de R$ 58 milhões devem ser investidos na revitalização desse novo trecho da orla, podendo se alongar para depois do centro de treinamento do Grêmio.
— Ainda não há nada definido. Estamos em negociação, mas são conversas preliminares, envolvendo o município, o Estado, a Multiplan e o Grêmio — diz Paim.