A intenção da prefeitura de Porto Alegre, que lançou nesta terça-feira (16) o edital de licitação para urbanizar o Trecho 3 da orla do Guaíba, é começar as obras em agosto e entregá-las à população um ano depois.
A data-limite de agosto de 2020 é imposta pelo contrato de financiamento do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) que garantiu R$ 57,1 milhões para a revitalização. Para cumprir essa promessa, será preciso que a concorrência internacional termine nos três meses previstos e não envolva recursos à Justiça.
O lançamento do edital, após o sucesso popular do Trecho 1 (entre o Gasômetro e a Rótula das Cuias), foi com um evento no Salão Nobre da prefeitura com a presença do prefeito Nelson Marchezan, do vice-prefeito Gustavo Paim — que coordena a proposta atual —, secretários, vereadores e outras autoridades.
O projeto do arquiteto Jaime Lerner, contratado ainda durante a gestão do ex-prefeito José Fortunati, prevê uma vocação esportiva para o espaço: 27 quadras ou estruturas esportivas ao longo de 1,6 quilômetro, com três bares, esplanada e estacionamento, entre outros itens (veja detalhes no infográfico).
Logo após a apresentação, Marchezan fez sugestões ao que está planejado: sugeriu que mais quadras de apenas um esporte sejam convertidas em poliesportivas, a instalação de chimarródromos, pracinhas para crianças de zero a dois anos, deque flutuante e chuveiros.
— As mudanças não alteram o projeto, como transformar uma quadra em poliesportiva. Em relação ao deque, nada impede que uma empresa se apresente para acrescentá-lo ao que está previsto — disse Paim, logo após ao evento.
O acréscimo de chimarródromos diante dos bares já está em negociação e poderia ser assumido por uma empresa que poderá fazer a instalação de uma rede subterrânea de gás. Conforme Paim, em 30 dias devem ser abertos os envelopes das empresas interessadas para verificar a habilitação e, em 90 dias, poderia se conhecer a vencedora.
— A intenção é terminar tudo até agosto de 2020. Se houver algum atraso, certamente poderemos renegociar o prazo com a CAF, mas nossa intenção é terminar tudo em um ano — garantiu Paim.
A primeira etapa sofreu mais de um ano de atraso. O prefeito Marchezan afirmou que a nova fase da reconfiguração da orla deverá intensificar o efeito provocado pela liberação do trecho 1:
— Vamos dar mais um espaço de autoestima para os porto-alegrenses e atrair pessoas de fora da Capital. E esse embelezamento, além de melhorar a autoestima, melhora até a segurança.
Depois de concluído, o Trecho 3 poderá ser adotado ou concedido à iniciativa privada com base na legislação recentemente aprovada na Câmara. O Trecho 2, localizado nas imediações do Anfiteatro Pôr do Sol, ainda não tem projeto definido. Uma das possibilidades é de que forneça sustentação econômica para os demais pontos da orla, recebendo atrações como, por exemplo, uma roda-gigante. Não está descartada uma PPP para destravar essa etapa final.