Faltou carne para o churrasco? Precisa sacar dinheiro mas não consegue ir ao banco? Tem de copiar uma chave mas o chaveiro é longe? Tendência em outras cidades brasileiras, está chegando a Porto Alegre um aplicativo que promete resolver esses pequenos perrengues sem sair de casa.
Chamado por alguns de "Uber das entregas", o Rappi começou a operar na Capital na semana passada. Pelo app, você pode pedir para entregadores comprarem produtos e fazerem pequenos serviços, como os do início do texto. Basta que estejam à venda em algum estabelecimento comercial aberto na cidade.
— É uma vantagem para o consumidor, que pode receber fotos da carne que deseja comprar para o churrasco, por exemplo. Ele pode aprovar ou solicitar outro corte. Se você precisa fazer a cópia de uma chave, o motoboy pode buscar, fazer o serviço e te devolver — explica André Brumer, um dos responsáveis por implementar o Rappi em Porto Alegre.
Quando um pedido é feito na modalidade “qualquer coisa”, ele é enviado para um “agilizador”, que autoriza ou não a entrega. Se o produto não puder ser entregue, o app cancela a ação e avisa o usuário.
— Se você estiver sem combustível e pedir um litro de gasolina, por exemplo, e o posto fornecer condições adequadas de transporte e armazenamento, não tem problema. Mas se não for o caso, a gente cancela — explica Brumer. — Em São Paulo, já entregamos até colchão.
A funcionalidade para solicitar saque de dinheiro começa a ser oferecida pelo app em um mês.
No aplicativo, também é possível escolher produtos de parceiros — em Porto Alegre, a empresa já tem acordos com 80 restaurantes, um supermercado, uma loja de bebidas e uma rede de farmácias. Quando você pede para comprar algo, é o Rappi quem paga — o app só cobra do cliente depois da entrega.
Conforme Brumer, para a segurança das operações, a empresa possui o cadastro dos motoboys que prestam serviço para o aplicativo:
— Temos a documentação dos motoristas e dos veículos. Dentro do app, há um canal de suporte para reclamações.
Com a abertura de operação na Capital, a empresa afirma que gerou 35 empregos diretos. Conforme Brumer, cerca de 20 pessoas atuam em unidades do Asun, único supermercado parceiro até o momento: eles ficam no local, recebem o pedido do usuário pelo aplicativo, fazem as compras, pagam e entregam ao motoboy, que faz a entrega. Para Brumer, o objetivo é “revolucionar o jeito que o porto-alegrense gerencia seu tempo e consumo”.
Para utilizar a plataforma, é preciso cadastrar um cartão de crédito. A taxa é de R$ 6,90 por entrega para pedidos de estabelecimentos parceiros. A categoria “O Que Você Deseja?”, para pedidos mais específicos, tem custo de R$ 7,90 para o frete e uma taxa de 14% sobre o valor do produto solicitado.
Por enquanto, a entrega está disponível nos bairros centrais da Capital, como Centro Histórico, Cidade Baixa e Praia de Belas, mas a estimativa é de que, em três meses, toda a cidade seja contemplada.
As entregas são feitas com motos ou bicicletas. Para entregar compras muito grandes, outro aplicativo, o 99, é acionado. Quem tiver interesse em trabalhar no Rappi, precisa ter moto regularizada e apresentar a documentação do veículo.
O Rappi nasceu em uma startup colombiana e chegou ao Brasil no ano passado — a empresa também atua na Argentina e no México, além de em outras capitais brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. Tido como uma tendência de mercado, o modelo do app possui similares brasileiros, como o James Delivery, criado em Curitiba.