Sem a sinalização de avanço nas negociações com a prefeitura, os municipários de Porto Alegre mantêm na educação e na saúde as áreas onde a greve tem maior visibilidade. Na manhã desta sexta-feira (6), piquetes seguiam montados em frente ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) e Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas. O acesso de pacientes aos locais transcorria normalmente nesta manhã, apesar da concentração de servidores grevistas.
O segundo dia de greve foi marcado por uma nova caminhada na área central da cidade. Centenas de servidores se reuniram em uma das unidades do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), na Avenida Princesa Isabel. Por volta das 10h, eles fizeram uma caminhada em direção ao Hospital de Pronto Socorro para se juntar a outros servidores que mantém piquete em frente ao hospital. O grupo se deslocou pela Princesa Isabel, Avenida Ipiranga, Ramiro Barcelos, Protásio Alves e Osvaldo Aranha. Motoristas enfrentaram bastante congestionamento na região. Por volta das 11h, os servidores partiram em caminhada do HPS até o hospital Presidente Vargas e, em seguida, para a prefeitura.
Além de pedir o fim do parcelamento de salários - que ocorre desde junho -, os servidores públicos reivindicam a retirada dos projetos de lei que alteram o Estatuto dos Funcionários Públicos e a Lei Orgânica, enviados pelo Executivo à Câmara Municipal. Entre as propostas da prefeitura, estão mudança ou extinção de gratificações, postergação da data de pagamento, oficialização do parcelamento e fim da licença-prêmio. A greve foi convocada pelo Sindicato dos Municipários (Simpa) em assembleia no dia 29 de setembro, e o movimento tem tempo indeterminado.
Até o momento, a paralisação afetou principalmente a área da educação. Na educação, o levantamento da prefeitura é que 13 escolas tiveram aulas normais hoje, duas a mais que ontem. No entanto, 86 instituições tiveram aulas total ou parcialmente suspensas. Já o Simpa alega que 98 das 99 escolas aderiram ao movimento grevista.
Nesta sexta, a Secretaria Municipal da Saúde confirmou que a Unidade Básica de Saúde (UBS) Beco do Adelar, no bairro Aberta dos Morros, Zona Sul, fechou devido à paralisação. Nas demais unidades básicas, o atendimento foi normal. No balanço de quinta-feira, o Sindicato dos Municipários (Simpa) divulgou que a paralisação chegou a 80% na saúde, mas com garantia de prestação dos atendimentos emergenciais.
Simpa entra na Justiça contra liminar da prefeitura
O Sindicato dos Municipários confirmou nesta sexta-feira (6) que ingressou na Justiça com recurso para derrubar a liminar da prefeitura que obriga a manutenção de 100% da força de trabalho nos serviços essenciais. A entidade alega que a liminar fere o direito à greve. O recurso ainda não foi julgado.