Municipários de Porto Alegre entraram em greve por tempo indeterminado nesta quinta-feira (5). O Tribunal de Justiça do Estado concedeu liminar à prefeitura garantindo o funcionamento de serviços essenciais durante o período de greve.
Segundo a decisão da Justiça, serviços de segurança pública, assistência médica e hospitalar, comercialização e distribuição de medicamento e alimentos, abastecimento de água, saneamento e captação de tratamento de esgoto e recolhimento de lixo deverão ser mantidos integralmente.
Desde as 7h desta manhã servidores realizam um protesto em frente ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Eles deverão iniciar uma caminhada em direção à prefeitura a partir das 9h30min. Participam do ato servidores de vários órgão do município. Muitos estão carregando cartazes e usam narizes de palhaço.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade na manhã desta quinta-feira (5), o secretário da Saúde de Porto Alegre, Erno Harzheim, afirmou ter relatos de que o piquete instalado em frente ao hospital estaria realizando uma espécie de triagem, autorizando apenas a entrada de pacientes em estado grave.
– Receber salário parcelado não é motivo para deixar o atendimento à população em segundo lugar. Temos uma liminar da justiça exigindo que 100% dos serviços sejam oferecidos – afirmou.
De acordo com os municipários, em nenhum momento houve impedimento da entrada de pacientes. No momento da manifestação, cerca de 10 pessoas aguardavam atendimento na sala de espera. Os grevistas ficaram posicionados na entrada principal. No entanto, as portas laterais estavam abertas normalmente, sem a presença de manifestantes.
- Ninguém foi impedido de entrar. Eles estão sendo informados que os servidores estão em greve e o contingente de atendimento está bem menor. Aqueles que estão melhor e aceitam essas orientações, estão procurando outros lugares para serem atendidos. O secretário da Saúde deveria vir até aqui ver a situação com os próprios olhos. Ninguém foi impedido de ser atendido - disse Isabel Santana, técnica de enfermagem do HPS.
Segundo Harzheim, caso a liminar seja descumprida, a prefeitura pode solicitar apoio das forças de segurança pública para garantia dos atendimentos:
– Vamos seguir a ordem judicial, que diz que se 100% dos serviços não estiverem abertos, podemos solicitar o apoio do Brigada Militar e da Guarda Municipal.
Entre as reivindicações dos servidores está o fim do parcelamento dos salários. Ele também pedem a retirada dos três projetos encaminhados pelo prefeito à Câmara de Vereadores que preveem o fim de benefícios como a licença-prêmio e colocam dentro da lei o parcelamento de salários.
No começo da tarde está marcada uma nova passeata até a Câmara Municipal.