Recentemente, viajei por cerca de 15 dias. Passei por seis diferentes cidades nos Estados Unidos e depois fui a um país chamado Curaçao.
É clichê, mas como dizem por ai, viajar é “tudo de bom”. Passei mais de um ano planejando a aventura. Fui originalmente para os Estados Unidos para atender ao casamento de uma das minhas melhores amigas, que é norte-americana, e aproveitei que estava por lá para fazer um pouco de turismo.
Foi somente quando cheguei lá e passei alguns dias que percebi algo importante: era a primeira vez, em mais de 15 anos, que viajei para algum lugar para turistar.
É engraçado pensar nisso, já que nesse ano alcancei a incrível marca de 20 países visitados, mais de 50 cidades conhecidas e, até então, nenhum deles tinha sido com o objetivo de passear. Todas foram para treinar ou competir.
Parando para pensar nisso, por mais que viajemos o mundo, o quanto nós, de fato, conhecemos muito pouco. No caso da maioria das competições de atletismo, chegamos dois ou três dias antes nas cidades e vamos embora logo em seguida.
Antes de competir nos preservamos, priorizamos o descanso e a concentração. Na sequência dos compromissos, estamos muito cansados para passear ou simplesmente não dá tempo. Em resumo, atletas viajam o mundo, mas não conhecem lugares para os quais viajam.
De alguns anos para cá, tenho tentado fazer um esforço maior para conhecer pelo menos um pouco dos países pelos quais viajo após competir. Afinal, não se sabe quando terá outra chance de visita-los, e alguns eu sei que provavelmente nunca mais pisarei.
Meu instinto de internacionalista sempre aflora nesses momentos. Como eu sempre digo, quanto mais diferente da nossa cultura, melhor.
Quanto mais “distante”, mais tenho ânimo de passear, ver as pessoas e conhecer a cultura. Há algo de especial em observar o dia acontecendo em um local completamente diferente. Sempre me deixa reflexivo, até me emociona ver como o mundo é vasto.
E estou escrevendo sobre isso porque dezembro nos traz aquela velha reflexão de “o que você fez esse ano?”.
Por mais difícil que tenha sido e que os objetivos de temporada não tenham sido cumpridos, foi um ano de muito aprendizado e reflexão. De toda forma, para mim, 2024 foi um divisor para como seguirei no futuro.
Cada vez mais, percebo como devo valorizar as pequenas coisas, o momentos com a família, as viagens que faço, o tempo que passo na pista, a dedicação às coisas fora dela.
Ano que vem entrarei na minha vigésima temporada de prática esportiva. Depois de tanto tempo, as coisas ficam mais claras, consigo visualizar muito bem o que devo fazer no próximo ano. Uma coisa é certa: continuarei dando o meu melhor dentro e fora das pistas.
Um feliz Natal e um próspero Ano-Novo!