O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (30), a proibição ao direito de visitas para o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, preso e indiciado pela tentativa de golpe de Estado. O plano incluía até uma proposta para matar o presidente Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.
A suspensão ocorreu após a irmã do militar tentar visitar o tenente para presenteá-lo com uma caixa de panetone. Nela havia, na verdade, um fone de ouvido, que fez apitar o detector de metais do Batalhão de Polícia do Exército em Brasília, onde Azevedo está preso. Os militares então questionaram a irmã de Azevedo, que declarou que dentro da caixa havia o item.
Azevedo foi capturado no bojo da Operação Contragolpe e acabou indiciado pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa junto do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 38 aliados.
Os militares que abriram a caixa encontraram não só o fone, mas também um cabo USB e um cartão de memória. Tudo foi apreendido e a irmã do tenente-coronel acabou não fazendo a visita. O próprio Comando suspendeu o direito de visita de Dhebora a Azevedo até uma manifestação de Moraes sobre o caso.
Segundo o inquérito da Operação Contragolpe, o "kid preto" Rodrigo Bezerra de Azevedo participou da ação clandestina que aliados de Bolsonaro colocaram nas ruas no dia 15 de dezembro para prender e executar Moraes. A ação, batizada "Copa 2022" foi abortada de última hora, após o STF adiar a votação que acabou derrubando o orçamento secreto.
A Polícia Federal aponta que missão que empregou até viaturas oficiais da Força foi acertada em uma reunião na casa do ex-ministro da Defesa Braga Netto, também preso por suposto envolvimento direto com a tentativa de golpe de Estado.