A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou mais 203 investigados por incitação aos atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando radicais invadiram e depredaram as dependências do Supremo, Congresso e Planalto. O Ministério Público Federal (MPF) imputa ao grupo, que foi preso no acampamento em frente ao QG do Exército em Brasília, incitação à animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais e associação criminosa.
O número de denunciados pela ofensiva antidemocrática chega a 1.390 — 239 apontados como executores, 1.150 como incitadores e um policial legislativo acusado de suposta omissão ante a depredação das sedes dos três poderes.
O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda vai julgar o recebimento das denúncias apresentadas pela PGR, tornando réus os acusados. Tal decisão deve ocorrer de forma colegiada, ou seja, com pronunciamento de todos os integrantes da Corte máxima. Ainda não há data para que ela ocorra. Em caso de recebimento das denúncias, há uma expectativa de que a instrução dos processos se dê ainda no âmbito da Corte máxima.
Com a nova leva de acusações de terça-feira (4), a PGR diz ter finalizado as denúncias relativas aos presos em meio aos atos golpistas, na Praça dos Três Poderes — considerados executores do vandalismo — e aos detidos no dia 9 de janeiro, no acampamento em frente ao QG do Exército em Brasília — classificados como incitadores.
O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR, diz que agora os procuradores vão se dedicar a identificar os financiadores da ofensiva e a apurar a omissão de agentes públicos no dia dos ataques.
No dia 16 de março, o ministro Alexandre de Moraes finalizou a análise de todos os pedidos de soltura feitos pelos detidos durante a ofensiva antidemocrática. Segundo dados divulgados na ocasião, 294 investigados seguiam presos — 86 mulheres e 208 homens.