O governo federal passou a apoiar a abertura de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar os atos antidemocráticos ocorridos em Brasília em 8 de janeiro com a intenção de colocar uma "pá de cal em teorias conspiratórias", definiu nesta quinta-feira (20) o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Parlamentares da oposição pressionavam pelo colegiado e tinha coletado número suficiente para a instalação. Segundo Padilha , a mudança de posicionamento de governistas ocorre em razão da divulgação de vídeos que da invasão ao Palácio do Planalto:
— O vazamento editado dessas imagens cria uma nova situação política e, por conta disso, orientamos o líder da Câmara, do Senado, do Congresso, no diálogo com os líderes dos partidos que compõem a base tanto na Câmara quanto no Senado, a afirmar claramente que, caso a sessão do Congresso na próxima semana tenha a leitura da instalação de uma CPMI, que na minha opinião vai apurar o golpe e o atentado terrorista do dia 8 de janeiro, nós apoiaremos a instalação.
O ministro também afirmou que, caso a CPMI seja mesmo instalada, o governo federal vai orientar os líderes dos partidos da base a indicar membros para participar da comissão.
Vazamento das imagens
Na quarta-feira, foram divulgadas imagens do circuito interno de câmeras de segurança do Palácio do Planalto que mostram trechos da atuação do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, durante os ataques extremistas de 8 de janeiro.
As gravações mostram o então ministro, antigo colaborador do esquema de segurança presidente Luiz Inácio Lula da Silva, circulando nos corredores do edifício, abrindo portas e indicando rotas de saída pela escada a alguns dos invasores. Após a divulgação das imagens, no final da tarde, Dias pediu para deixar o cargo, se tornando o primeiro ministro a deixar este terceiro mandato de Lula.