O agora ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, disse em entrevista ao canal GloboNews que estava no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro para retirar os invasores golpistas de lá. As informações são do portal g1.
Nesta quarta-feira (19), Gonçalves Dias pediu demissão do cargo de ministro-chefe do GSI. Ele é o primeiro ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a cair em pouco mais de cem dias de mandato.
— Eu cheguei ao palácio quando os manifestantes tinham rompido o bloqueio militar na altura do Ministério da Justiça. A maior parte subiu pela rampa. Como o palácio tem vidro, as pessoas quebraram os vidros. Não entraram pelas portas. É um vidro extremamente vulnerável. Eu entrei no palácio depois que foi invadido e estava retirando as pessoas do 3º e 4º piso, para que houvesse a prisão no 2º — afirmou o ex-ministro, que é general do Exército.
A presença de Gonçalves Dias no Planalto no dia dos atos foi divulgada mais cedo nesta quarta em vídeo pela CNN Brasil. As imagens mostram ele e funcionários do GSI circulando entre os invasores da Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. Um dos funcionários do GSI conversa com invasores e os cumprimenta. Outro funcionário do órgão entrega água mineral para os vândalos.
Na entrevista, o agora ex-ministro declarou que sua imagem ao lado de manifestantes foi tirada de contexto.
— Fizeram um corte específico na produção dos vídeos que vocês olharam. Eu tenho 44 anos de profissão no Exército brasileiro. Sempre pautei minha vida em cima dos valores éticos e morais. O maior presente que eu dou a mim até hoje é a honra. Então aquilo (a imagem) é um absurdo — alegou.
Demissão
Gonçalves Dias se reuniu com o presidente Lula mais cedo. Ele disse que entregou o cargo para facilitar as investigações.
— Eu estou muito triste. Coloquei meu cargo à disposição do presidente da República para que toda investigação seja feita — completou.