Mesmo após o presidente Jair Bolsonaro sugerir, em razão do coronavírus, o adiamento ou a suspensão dos atos em defesa do governo no domingo (15), a mobilização em Porto Alegre ocorrerá normalmente, segundo organizadora consultada por GaúchaZH nesta sexta-feira (13). A manifestação na Capital deverá ficar concentrada no Parque Moinhos de Vento, o Parcão, a partir das 15h.
No âmbito nacional, o movimento Nas Ruas, um dos maiores em apoio a Bolsonaro, decidiu suspender a manifestação, que critica também posicionamentos do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo assim, na noite de quinta-feira (12), a hashtag #DesculpeJairMasEuVou era uma das mais utilizadas no Twitter.
Uma das pessoas à frente da mobilização na Capital, Paula Cassol diz que condições climáticas no Estado nesta época, como pouca umidade, e o fato de o local ser aberto permitem que o evento ocorra com segurança. Paula destaca que os participantes têm de seguir as recomendações do governo federal para reforçar os cuidados contra a transmissão do vírus.
— Não abraçar, não cumprimentar. Qualquer pessoa que tiver algum sintoma e estiver indisposta não vá para não expor os demais ao risco — orienta.
A organizadora entende que algumas pessoas podem deixar de ir ao ato após a fala do presidente, mas evitou cravar o impacto na presença do público. Como ocorreu em eventos anteriores, carros de som serão estacionados na Avenida Goethe, onde oradores devem se revezar ao microfone. A concentração está prevista para ocorrer na via, entre as ruas 24 de outubro e Mostardeiro. Até as 13h desta sexta-feira (13), a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) não previa ação para esta manifestação. Paula disse que enviou comunicado ao órgão.
Convocado desde meados de fevereiro, o movimento canaliza críticas ao parlamento e ao STF, que estariam em queda de braço com o governo federal, mas descarta raízes antidemocráticas. Entre as pautas que serão defendidas no ato em Porto Alegre, Paula cita o ofício enviado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, aos presidentes da Câmara e do Senado pedindo a aprovação das reformas consideradas prioritárias pela equipe econômica.
— Manifestação é para apoiar essas pautas. É para apoiar o governo, manter a independência das instituições e fazer com que o Congresso vote aquilo que é importante — pontua.
Um dos principais correligionários do presidente no Rio Grande do Sul, o deputado estadual Tenente-Coronel Zucco (PSL) diz que gravou vídeos convidando apoiadores a participar dos atos do dia 15 em diversos municípios, mas decidiu aderir à recomendação de Bolsonaro, destacando que também levou em conta as orientações dos órgãos de saúde.
— Por questão de responsabilidade, eu e o deputado Vilmar Lourenço pretendemos emitir uma nota e também um vídeo orientando o que o nosso presidente orientou. Que sejam cancelados os eventos de multidão. Existem movimentos de de redes sociais, mas, em princípio, em relação aos movimentos de aglomeração de pessoas, vamos orientar para que sejam suspensos até nova oportunidade.
No interior, antes da sugestão de Bolsonaro, atos nos mesmos moldes do programado para ocorrer na Capital estavam previstos em pelo menos 20 cidades. Até o início da tarde desta sexta-feira (13), a programação era mantida em alguns municípios (abaixo).
Atos confirmados até o momento no RS
- Porto Alegre — Parcão, 15h
- Caxias do Sul — Praça Dante, 15h
- Gramado — Rua Coberta, 15h
- Novo Hamburgo — Praça Punta Del Este, 10h30min
- Nova Prata - Praça da Bandeira, 16h
- Canoas - Praça do Avião, 14h
- Bento Gonçalves - Carreata com saída da Praça Planalto, 15h
- Passo Fundo - Rua da Mãe, 15h
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