O movimento Nas Ruas, um dos maiores em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, decidiu suspender a convocação dos atos a favor do governo marcados para este domingo (15). O pedido vale para todo o Brasil, mas os organizadores no Rio Grande do Sul ainda não confirmaram o cancelamento.
"Estamos mudando nossa forma de nos manifestar. No dia 15, estaremos online mostrando todo nosso apoio ao governo Bolsonaro e republicando as mensagens da população", afirmou a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), principal nome do movimento. "O momento agora é de união e responsabilidade", disse, em nota, Marcos Bellizia, um dos coordenadores do grupo. Não há previsão de nova data.
Um dos organizadores do movimento no Rio Grande do Sul, Vitor Scheid informou que ainda não há posicionamento sobre o cancelamento do ato no Estado. Segundo Scheid, a definição ocorrerá na sexta-feira (13).
— Ainda não temos uma resposta, uma confirmação 100% (sobre o cancelamento ou o adiamento). Estamos aguardando instrução nacional — acrescentou o organizador.
O deputado estadual Ruy Irigaray (PSL), outro articulador do protesto, defendeu a suspensão devido à "imensa proporção que o coronavírus tomou".
— O momento é de nos resguardarmos. Não há necessidade de nos expormos, o recado já foi dado — afirmou Irigaray.
O ato tinha como objetivos apoiar o governo de Bolsonaro e pressionar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) a aprovar reformas econômicas. Outro movimento, o São Paulo Conservador, também anunciou o adiamento dos atos. Os cancelamentos acontecem após Bolsonaro sugerir, em transmissão ao vivo nas redes sociais, que os atos fossem adiados ou suspensos.
— O que devemos fazer agora é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, porque os hospitais não dariam vazão. Se o governo não tomar nenhuma medida, o sistema não suporta. Como presidente da República, tenho que tomar uma posição. O movimento não é meu, é espontâneo e popular. Uma das ideias: adiar, suspender. E daqui a um dois meses, se faça. Já foi dado um tremendo recado para o parlamento, sobre a questão das emendas de relatores — afirmou Bolsonaro.
Na quarta-feira (11), o presidente havia afirmado que "não convocou ninguém" para os atos. Um vídeo chamando para as manifestações, contudo, foi publicado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República no mesmo dia.
As manifestações provocaram descontentamento no Legislativo e no Judiciário. De acordo com a Folha de S.Paulo, no início da semana, ministros haviam sugerido ao presidente que pedisse o cancelamento dos atos.
O cenário da pandemia do coronavírus chegou à cúpula do Palácio do Planalto nesta quinta-feira (12) com o diagnóstico do secretário de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten. Como ele viajou com Bolsonaro para os Estados Unidos, o presidente, seus filhos e os demais integrantes da comitiva também fizeram testes para a doença. O resultado do exame de Bolsonaro devem sair na sexta-feira.