O futuro ministro titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, reafirmou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (3), que o primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro terá 22 ministérios. A informação já havia sido adiantada pelo próprio Onyx no programa Gaúcha Atualidade. Assim, a estrutura do futuro governo terá sete ministérios a mais do que o capitão da reserva prometeu durante a campanha.
— Nós já vimos estruturas bem maiores. O que o futuro governo está fazendo é reagrupando alguns ministérios dentro de algumas pastas diferentes — analisa o apresentador Daniel Scola.
— É uma redução bem significativa em relação ao que foi o governo Dilma, significativa também ao que é o governo Temer, mas um pouco mais acima dos 15 que foram prometidos por Jair Bolsonaro na campanha eleitoral. No fim, fechou essa conta em 22. Pelas minhas contas, só falta indicar dois ministros, Meio Ambiente e Direitos Humanos — avalia a comentarista Rosane de Oliveira.
Onyx, porém, recuou durante a coletiva sobre a afirmação de que a fiscalização do trabalho escravo ficará sob o guarda-chuvas do Ministério da Justiça, de Sergio Moro.
— Ele disse que esse ponto não está decidido e que eles ainda estão avaliando quem vai ficar com a fiscalização do trabalho escravo. Na entrevista que ele nos deu pela manhã, ele disse que a estrutura do trabalho ficaria dividida em três ministérios. Uma parte vai para o ministério de Sergio Moro, aquela das cartas sindicais (que é a que mais dá rolo, teve denúncia de corrupção) , a parte da geração de empregos ficaria no Ministério da Economia, e tem uma terceira parte que ficaria no Ministério da Cidadania. Primeiro, ele disse que a fiscalização do trabalho escravo iria para o Moro. Agora, ele não sabe mais. O certo é que a palavra trabalho desaparece dos ministérios — destaca Rosane.
Para o apresentador Daniel Scola, a transição do governo do Estado está bem mais atrasada em relação à transição federal. Segundo Rosane, o atraso no anúncio de nomes do secretariado de Eduardo Leite está ligado a uma decisão estratégica do governador eleito:
— Tem projetos em votação na Assembleia, e ele quer votar antes de anunciar as pastas que ficarão na divisão desses partidos. É um quebra-cabeça a ser montado. Ele fez um convite amplo, quase a todos os partidos foram convidados a participar do governo, com exceção do PT e do PSOL. Ele ainda tem que aguardar essas respostas, mas ainda não formalizou qual seria o espaço de cada um. Ele afirma que "o avião está decolando e que quer usar toda a pista" pra fazer a decolagem com segurança — conclui.
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