Mais uma vez, o dia foi de anúncios na transição do governo de Jair Bolsonaro. O presidente eleito confirmou na tarde desta quarta-feira (28) três novos ministros, entre eles, o gaúcho Osmar Terra. Ele será o titular da pasta da Cidadania, que reunirá as funções desenvolvidas atualmente pelas pastas de Desenvolvimento Social (MDS), já chefiada por Terra, além de Esporte e Cultura. Além de Terra, também foram nomeados Gustavo Henrique Rigodanzo Canuto, como futuro ministro do Desenvolvimento Regional, e Marcelo Álvaro Antônio no Turismo.
— O deputado Osmar Terra foi chamado ontem (27) pelo ministro Onix Lorenzoni. Ele foi convidado, então, a assumir esse ministério, que também fica com cara de super ministério porque reúne pastas importantes. Cultura, Esportes, sempre recebem emendas importantes. O MDS tem toda a carga do Bolsa Família, que é muito importante, é uma política estratégica, e ainda pega mais um pedacinho da política de tratamento de dependentes químicos. Tudo isso vai ficar com o ministro Osmar Terra — destaca a comentarista Carolina Bahia.
A nomeação de Osmar Terra também abriu caminho para que um velho defensor do presidente Michel Temer assuma uma vaga na Câmara Federal:
— Perondi, que ficou na primeira suplência, tem um detalhe curioso: ele e Osmar Terra sempre foram defensores ferrenhos de Michel Temer. Na campanha, os dois acabaram passando batidos. O Temer não foi lembrado, e o Perondi acabou não sendo eleito — analisa a comentarista Rosane de Oliveira.
Para Rosane, a manutenção de Terra em um ministério responsável pela agenda social do futuro governo é positiva para os programas voltados à primeira infância.
— Tem uma boa notícia na escolha do Osmar Terra, pelo menos pra mim. Eu acredito muito em primeira infância. Essa é uma bandeira de Osmar Terra. Ele implantou aqui no Rio Grande do Sul o Primeira Infância Melhor, então esse programa deve continuar com a permanência dele nesse ministério — afirma.
No Rio Grande do Sul, a quarta-feira também foi marcada pelas discussões em torno da adesão do Estado ao regime de recuperação fiscal. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, a secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, afirmou que o Banrisul é peça-chave para adesão do Rio Grande do Sul ao regime de recuperação fiscal da União. Para ela, não ter o banco na lista de estatais a serem privatizadas é "impedimento total" para o acordo. A afirmação gerou grande repercussão entre membros do atual e do futuro governo.
— Pautou discussões até na Inglaterra, porque o governador eleito Eduardo Leite está lá, atendeu nossa reportagem, e disse que não queria fazer críticas ou declarações em público, mas que o que ele sabia era que a imprensa também sabia por parte do governador Sartori — destaca a apresentadora Andressa Xavier.
— Nós tivemos durante toda a campanha o governador Sartori dizendo que tinha um plano e que este plano era a adesão ao regime de recuperação fiscal pelo qual o Estado ficaria por três anos podendo prorrogar por mais três sem pagar a dívida. Teria acesso a novos financiamentos, e assim poderia colocar os salários em dia, fazer investimentos. Seria a salvação da lavoura. E disse também que estava pronta a minuta para assinatura de um pré-acordo. Mas aí, já na outra semana, o ministro Eliseu Padilha havia dito que essa era só uma carta de intenções, e que na verdade o governo federal não abria mão de incluir o Banrisul nesse pacote — relembra Rosane.
— Pelo que diz a secretária, o Rio Grande do Sul não chegou perto de fechar esse acordo, ao contrário do que foi dito — conclui Carolina.
Ainda no final da tarde, o governo do Estado anunciou o pagamento dos salários de servidores que recebem até R$ 15 mil nesta quarta-feira.
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