"Minha morte interessa a muita gente", afirmou o presidente eleito Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (29). A história começou a ganhar repercussão após o filho dele, Carlos, escrever no Twitter que "a morte de Jair Bolsonaro não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto".
— É um recado muito estranho vindo do filho dele. Quem se beneficiaria? Acho que expôs um mal-estar que já existe dentro da transição, tem muita briga interna. A impressão que me dá é de que tem muita gente batendo cabeça. Não há uma política de comunicação, eles se comunicam pelas redes sociais, vira essa lambança — analisa a comentarista Rosane de Oliveira.
— Cada um dá uma declaração. Isso já aconteceu algumas vezes durante a eleição. A reforma da Previdência foi uma delas. Uma vez disseram: "Não vamos votar como está". Depois, "Vamos votar até o fim do ano, fica como está". São pequenas coisas, mas que vão acontecendo — destaca a apresentadora Andressa Xavier.
Para Rosane, a postagem foi um ato de irresponsabilidade:
— Se eu tivesse de resumir esse tuíte com uma palavra, diria irresponsabilidade. Ele está semeando cizânia dentro do governo, principalmente com o vice, general Hamilton Mourão.
Também nesta quinta-feira, a maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) votou por manter as regras previstas no decreto de indulto de Natal publicado por Temer em 2017. Um pedido de vista do ministro Luiz Fux, porém, adiou a validade da decisão final. Com o pedido de vista, o decreto segue suspenso, através de liminar, até que o tema retorne ao Plenário.
— Essa é uma daquelas polêmicas que mobilizam o Brasil. Pensa comigo: a pessoa é condenada, tem pena a cumprir e tem os casos de corrupção, que podem não ser considerados pelos critérios do presidente (Michel Temer) como de maior potencial ofensivo. Mas quantas pessoas podem ter morrido por causa dos atos de corrupção dessas pessoas condenadas que podem se beneficiar desse indulto? — indaga Rosane de Oliveira.
Você confere todos os detalhes da transição no Podcast do Gaúcha Atualidade.