Manifestantes realizaram ato em memória de Marielle Franco em Porto Alegre, na noite desta terça-feira (20), um dia antes de o crime que tirou a vida da vereadora e do motorista Anderson Pedro Gomes completar uma semana. O evento, que contou com a participação de representantes de partidos políticos e de movimentos sociais, começou por volta das 18h, na Esquina Democrática, no Centro.
A parlamentar e o motorista foram assassinados na noite da última quarta-feira (14), em ataque a tiros no centro do Rio de Janeiro. No protesto desta terça-feira, os manifestantes homenagearam as vítimas e pediram celeridade na elucidação do caso.
Comparado ao ato de quinta-feira (15) na Capital, a mobilização desta terça contou com menos participantes. Os manifestantes também não saíram em caminhada pelas ruas e avenidas da região central da cidade, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
Os organizadores da manifestação criaram evento no Facebook para divulgar o protesto. Com o nome "Justiça para Marielle e Anderson", o convite na rede social contava com pouco mais de 700 confirmações de presença.
"Não podemos permitir que a voz de Marielle, mulher negra, defensora dos Direitos Humanos silencie", dizia a descrição do evento no Facebook.
Lideranças do PSOL, como o deputado estadual Pedro Ruas, os vereadores de Porto Alegre Roberto Robaina e Fernanda Melchionna e a ex-deputada federal Luciana Genro, estavam na manifestação. As frases "Marielle, presente" e "Justiça para Marielle Franco", que viraram marcas dos protestos em memória da vereadora, estampavam bandeiras e cartazes no ato.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, milhares de pessoas voltaram às ruas nesta terça-feira para pedir respostas sobre o assassinato da vereadora.
Com cartazes que diziam "Marielle vive" e gritos de "Justiça!", os manifestantes marcharam pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia, onde foi marcado um ato ecumênico. Ao chegar no local, o ato foi aberto com uma apresentação da Orquestra Música pela Democracia.
Carregando faixas e cartazes pedindo justiça e vestindo camisetas estampadas com o rosto de Marielle, os manifestantes lembraram a luta da vereadora pelo direito da população negra, pobre, moradores de favelas e LGBTs. Do alto do carro de som, lideranças gritavam frases como "Marielle vive, favela resiste e vidas negras importam".
Durante o ato, uma das placas de identificação da Avenida Rio Branco foi adesivada com o nome "Rua Marielle Franco".
Irmã de Marielle, Anielle Silva defendeu a atuação da vereadora. De cima do carro de som, ela refutou os ataques disseminados em redes sociais contra a parlamentar e agradeceu o apoio que tem recebido nas ruas e em mensagens nas redes. E encerrou sua fala apontando para o público presente ao ato.
— Não vou abandonar vocês — prometeu.
A esposa de Anderson, Ágatha Reis, também discursou e lembrou da violência diária que atinge os moradores do Rio de Janeiro.
— Nós representamos as pessoas que saem de casa todo dia e não sabem se vão voltar — disse Ágatha.
Outras capitais, como Salvador (BA), Fortaleza (CE), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG), também realizaram atos em protesto pela morte da parlamentar.
*Com informações de Agência Brasil e Estadão Conteúdo