Integrantes e lideranças do PSOL, representantes de outros partidos políticos e movimentos sociais se reuniram, no final da tarde desta quinta-feira (15), na Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, para ato em homenagem à vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, morta na noite de quarta-feira (14). O evento começou por volta das 17h30min.
Marielle foi morta a tiros, dentro de um carro, por volta das 21h45min de quarta-feira, quando trafegava pela Rua Joaquim Palhares, no centro do Rio. O motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. Uma assessora da parlamentar sobreviveu ao ataque.
No ato em Porto Alegre, manifestantes usavam o microfone de um carro de som para discursar. O grito "Marielle, presente" era dito ao fim dos pronunciamentos.
Os participantes pediram investigação e punição aos envolvidos na morte da parlamentar e do motorista. O legado deixado pela vereadora na luta pelos direitos humanos e em defesa das minorias figurava em praticamente todas as falas:
— Milhares de Marielles vão nascer — gritou um dos manifestantes.
Em discurso durante o ato, o deputado estadual Pedro Ruas (PSOL-RS) disse que "grandes enfrentamentos sempre impõem solidão, e Marielle Franco não tinha medo dessa solidão". O parlamentar afirmou que o enfrentamento às milícias e a outras injustiças não é tarefa para qualquer um:
— Não é para qualquer um. É para uma Marielle Franco (...) Ela deu a vida para que nós enfrentássemos esse sistema que está aí.
Bandeiras de partidos políticos e cartazes com os dizeres "não nos calarão", "justiça para Marielle e Anderson Gomes" e "quem matou Marielle e Anderson?" construíam o visual do ato, marcado por comoção e protesto contra a execução da vereadora, que foi a quinta mais votada no Rio nas eleições de 2016, com 46.502 votos.
— Não vão calar nossa luta e capacidade de sonhar. Hoje nós pedimos justiça por Marielle e Anderson — disse a vereadora de Porto Alegre Fernanda Melchionna (PSOL).
Comoção
Falas em homenagem a Marielle, pedidos de Justiça e celeridade nas investigações e críticas à Polícia Militar (PM) e à intervenção federal no Rio de Janeiro, que completa um mês nesta sexta-feira (16), dominaram os discursos. Diversos participantes choravam durante o ato.
— Não acabou, tem que acabar. Eu quero o fim da Polícia Militar — gritavam os manifestantes.
Outros líderes da esquerda, como o ex-ministro Miguel Rossetto e a deputada federal gaúcha Maria do Rosário, ambos do PT, também participaram do protesto.
Uma hora e meia após o início da concentração, os manifestantes saíram em caminhada pela Avenida Borges de Medeiros e pela Rua José do Patrocínio até o Largo Zumbi dos Palmares, onde o ato foi encerrado com mais discursos, por volta das 20h. No local, alguns participantes acenderam velas em memória à vereadora e formaram um circulo no entorno de um cartaz que pedia justiça.