O Anfiteatro Pôr do Sol, em Porto Alegre, receberá o acampamento de movimentos sociais em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A mobilização entre segunda e quarta-feira foi convocada por conta do julgamento do petista no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), marcado para quarta.
A confirmação do local ocorreu após reunião entre organizadores da vigília, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e representantes do governo do Estado, do Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul (MPF-RS) e da prefeitura da Capital.
"Desejo registrar o reconhecimento do espírito de cooperação, por parte dos movimentos sociais, da prefeitura de Porto Alegre e do Ministério Público Federal, para a realização de manifestações pacíficas que preservam o respeito à divergência e à livre manifestação dentro dos limites da legislação", afirmou, em nota, o secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer.
O acordo também determinou a limitação do tráfego de veículos na Avenida Edvaldo de Pereira Paiva. A área atingida pela determinação fica entre a Rótula das Cuias e o Estádio Beira-Rio. A medida busca facilitar o acesso de ônibus e caminhões ao estacionamento do acampamento.
— Faremos um ato pacífico. Isso é o que importa. Há vida depois do dia 24, independentemente do resultado do julgamento — declarou o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Estado (CUT-RS), Claudir Nespolo, em entrevista convocada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
O acordo põe fim a um impasse. Em dezembro, a Justiça havia proibido a realização, sem autorização do poder público, do acampamento no Parque Harmonia, nas proximidades do TRF4.
— Fizemos um esforço para chegar a esse acordo, que, na nossa visão, é adequado — resumiu o Cedenir de Oliveira, que integra a coordenação estadual do MST.
Conforme Oliveira, 30 mil integrantes do movimento já confirmaram presença em atos que serão realizados em apoio a Lula em Porto Alegre.