Faltando apenas 11 dias para o primeiro turno das eleições, os quatro concorrentes à Presidência da República mais bem cotados nas pesquisas – pela ordem, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) – cumpriram suas agendas nesta quarta-feira (21). Os postulantes ao Planalto participaram de eventos, entrevistas, caminhadas, reuniões e transmissões ao vivo.
Confira, abaixo, como foi o dia dos candidatos.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Na manhã desta quarta-feira, Lula participou de um encontro com pessoas com deficiência e organizações que defendem os direitos dessa população, em São Paulo. O candidato disse que, caso ganhe as eleições, já no ano que vem vai convocar conferências para discutir políticas com as pessoas com deficiência. Com tal iniciativa, ele pretende que "as pessoas com deficiência sejam tratadas com plenitude de respeito". O candidato disse ainda que as conferências são uma forma de retomar a construção de políticas que estavam em desenvolvimento nos seus dois mandatos como presidente.
Fora de sua agenda oficial, o petista se reuniu com o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Douglas Koneff, o ex-chanceler Celso Amorim e o senador Jaques Wagner. O conteúdo da conversa, no entanto, não foi divulgado. Aliados do ex-presidente, porém, disseram ao Estadão que o encontro busca um reconhecimento dos norte-americanos e dos outros governos internacionais, em caso de vitória de Lula proclamada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A expectativa é de que tal movimento possa conter possível contestação de Bolsonaro aos resultados das urnas.
Jair Bolsonaro (PL)
O presidente da República e candidato à reeleição chegou em Brasília na madrugada desta quarta-feira. Ele estava em Nova York, nos Estados Unidos, onde participou da Assembleia Geral da ONU na última terça-feira (20). Na capital federal, Bolsonaro cumpriu atividades institucionais. Do Palácio do Planalto, por exemplo, o presidente sancionou a lei que obriga os planos de saúde a cobrirem tratamentos que não estão na lista de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o chamado rol taxativo.
Durante a noite, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, anunciando que "sempre que possível" fará lives diárias devido à proximidade das eleições — até então, as suas lives ocorriam semanalmente, às quintas-feiras. Durante os 30 minutos de transmissão, Bolsonaro afirmou que essas são "as eleições mais importantes da história" e pediu votos para aliados – inclusive, para Hamilton Mourão (Republicanos), seu atual vice-presidente e que concorre ao Senado pelo Rio Grande do Sul. Bolsonaro ainda aproveitou a live para divulgar compromissos de campanha e dizer que uma "grande motociata" está prevista para 1º de outubro, um dia antes do primeiro turno das eleições.
Ciro Gomes (PDT)
Nesta quarta-feira, o candidato pedetista participou, pela manhã, de uma sabatina promovida pelo Estadão e pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). No encontro, ele voltou a dizer que não vai apoiar nenhum dos dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto — Lula e Bolsonaro — e fez duras críticas à esquerda e à tentativa de, segundo ele, "simplificar" o processo eleitoral, com a defesa do "voto útil". Ciro afirmou que "há fascismo de esquerda também no Brasil, liderado pelo PT".
No final do dia, Ciro concedeu entrevista ao podcaster Monark. Na conversa, o pedetista afirmou que Lula "sempre foi fascistoide". Ele ainda disse que está sendo perseguido por sua proposta de taxar grandes fortunas e atacou os dois adversários mais bem colocados nas pesquisas, dizendo que ambos atuam com "fascismo na veia". Ciro também rebateu críticas sobre ter viajado para Paris depois do primeiro turno das eleições de 2018. Ele disse que viajou porque estava doente e que era direito dele como cidadão. Ele ainda atacou o filho de Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, afirmando que ele enriqueceu por meio da política.
Simone Tebet (MDB)
Nesta quarta-feira, a candidata visitou, pela manhã, o Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, em São Paulo. Por lá, ela afirmou que todo filho de pobre deve ter a mesma qualidade de ensino do filho de rico. Ela falou ainda, mais uma vez, do seu projeto Poupança Jovem, que premiará alunos que concluírem os estudos com R$ 5 mil. Por lá, Simone também afirmou que o "voto útil", que vem sendo pregado pela campanha de Lula, é um "desrespeito" à democracia.
Na sequência, ela foi para Rio Claro, onde se tornou a primeira mulher a receber medalha da Fundação Municipal Ulysses Guimarães. A homenagem ocorreu pela atuação de Simone na CPI da Covid. Durante o evento, candidata abordou planos para educação, geração de empregos e saúde, além de enfatizar o seu compromisso com a democracia. A agenda da emedebista terminou em São Carlos, onde reforçou o cuidado que o seu governo terá, caso eleita, com a ciência, que não sofrerá cortes de verbas, e com parcerias com a iniciativa privada a fim de estimular o avanço das pesquisas.