Deu a lógica na convenção do PSD, realizada na noite desta segunda-feira (1º) no Teatro Dante Barone: a jornalista Ana Amélia Lemos foi confirmada como candidata ao Senado na chapa do ex-governador Eduardo Leite. Com isso, a aliança que sustenta a candidatura do tucano tem agora seis partidos: PSDB, Cidadania, MDB, PSD, Podemos e União Brasil. Este último ainda poderá rever a decisão aprovada em convenção, por ter perdido a vaga de vice para o MDB.
Leite e seu vice, Gabriel Souza (MDB), prestigiaram a convenção e foram ovacionados pela barulhenta torcida dos deputados gremistas Danrlei de Deus e Gaúcho da Geral, que agia como se estivesse no estádio.
A confirmação de Ana Amélia na aliança deixou no relento o senador Lasier Martins, do Podemos. Seu partido aderiu à coligação, mas não conseguiu garantir vaga para o senador, já que Leite tinha compromisso com Ana Amélia desde que ela entrou no PSD. Lasier ainda não decidiu o que fará.
Ana Amélia demorou para confirmar a aliança com Leite porque temia uma possível candidatura do ex-governador José Ivo Sartori. Os líderes do MDB convidaram a ex-senadora para integrar a chapa até então liderada por Gabriel Souza e o PSD esteve a um passo de fechar o acordo, no início de junho. Diante da incerteza sobre o que faria o MDB, o PSD recuou e esperou pela convenção. Agora estão todos juntos.
Dirigindo-se aos companheiros de chapa, que chegaram ao Dante Barone da metade para o final da convenção, Ana Amélia disse que a executiva do PSD decidiu, por unanimidade, aderir à aliança. E tentou minimizar a divisão no MDB:
— Nas últimas 24 horas, a história política do Rio Grande foi escrita com letras maiúsculas porque cinco grandes partidos, liderados pelo PSDB, (se uniram) para formar juntos uma aliança que vai continuar o nosso Rio Grande cada vez maior, mais desenvolvido e com maior nível de inclusão social. Eu acredito nessa vitória e na capacidade que tiveram os nossos líderes de vencer as dificuldades internas. E qual é a família que não tem problemas?
A ex-senadora fez uma analogia com Grêmio e Inter. Falou que o deputado Gaúcho da Geral veio do Grêmio, mas ela é colorada e o partido é democrático. Lembrou que a eleição para o Senado não tem segundo turno, só há uma cadeira em disputa, é uma decisão difícil e, por isso, “gremistas e colorados” precisam unir forças. Falou também sobre seu compromisso com o municipalismo e disse que, no Senado, foi quem mais defendeu essa bandeira.
Em seu discurso, Gabriel reconheceu que buscou insistentemente a aliança com Ana Amélia. O vice da chapa também minimizou a divergência interna do MDB:
— Senadora Ana Amélia, tu sabes o quanto eu estive procurando estar ao teu lado. Acho que o destino nos uniria de qualquer forma, Eduardo, e certamente vamos fazer uma campanha da paz, sem agressões, olhando para o futuro — afirmou o deputado.
Último a falar, Leite deu o tom da campanha falando sobre a necessidade de manter as contas públicas em dia. O candidato tucano elogiou Ana Amélia e lembrou da recente aprovação pela Câmara de uma proposta de autoria da então senadora que proíbe a União de criar novas despesas sem indicar a fonte de receita.
— Aqueles populistas que defendem gastos desenfreados sem qualquer controle oferecem resultados no curtíssimo prazo com problemas gravíssimos no médio e longo prazo — discursou.