Foi com festa, apitos e vuvuzelas que a convenção estadual do Republicanos lançou neste sábado (23) a candidatura do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, a senador pelo Rio Grande do Sul. General da reserva do Exército, ele disputará a única vaga ao Senado que cabe aos gaúchos em 2022.
Mourão foi recebido com ares de “pop star” na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, que lotou com simpatizantes da sua candidatura. Partidos evangélicos, que formam a espinha dorsal do Republicanos, mandaram caravanas de ônibus de várias regiões do Estado para encorpar a manifestação.
A convenção consagrou também a nominata de candidatos do Republicanos nas eleições proporcionais. Todos tiveram um minuto para expor seus planos e sonhos ao microfone. São 32 aspirantes a deputado federal e 52 a deputado estadual.
Houve longas filas para entrar no plenário lotado, devido aos cuidados da segurança, até pelo candidato ser vice-presidente da República. Policiais federais e agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) cercavam Mourão e inquiriam quem tentava se aproximar dele – embora o aspirante a senador se mostrasse afável a pedidos de fotos.
A maioria dos candidatos falou em Deus, Pátria, Mourão e no presidente Jair Bolsonaro, nesta ordem. Grande parte dos aspirantes a políticos vestia trajes com tons em verde e amarelo. Alguns usavam faixas com as cores do Brasil e do Rio Grande do Sul enroladas no corpo.
Uma candidata a deputada estadual, por exemplo, foi bastante aplaudida ao se definir como “bolsonarista, armamentista, conservadora e gaúcha, por isso voto em Mourão”. Outra que foi ovacionada foi a deputada federal Liziane Bayer, evangélica que se elegeu pelo PSB, aderiu ao Republicanos e será candidata a suplente de senadora na nominata de Mourão.
O candidato a governador pelo PL, o deputado federal e ex-ministro Onyx Lorenzoni, prestigiou a convenção que consagrou Mourão e aproveitou para fazer um inventário de elogios ao governo Bolsonaro.
— O Bolsonaro chegou ao poder numa candidatura disruptiva e vai ganhar de novo com ela. Rompendo com um esquema corrupto de décadas. Vencerá apesar da pandemia, quando 200 mil empresas quebraram só no Rio Grande do Sul, por culpa de um governador que se trancou no Palácio Piratini. Hoje estamos aqui para mostrar que essa terra tem dono e voz, a voz de Hamilton Mourão — discursou Onyx.
Quase no final de quatro horas de discursos, Mourão pediu a palavra e fez uma manifestação ao agrado dos evangélicos presentes.
— Estamos aqui porque temos fé em Deus e no nosso destino, além de coragem moral de fazer o certo, mesmo quando o errado parece mais simples. O político tem de servir e não ser servido. Eu servi por 46 anos como militar e quero continuar a servir, agora, com legislador e fiscalizador em nome do povo gaúcho — recitou.
Mourão apontou para a plateia e usou jargões militares. Disse que precisa "do apoio dessa Infantaria" na luta do bem contra o mal. E finalizou o discurso com a expressão "Deus, Pátria, Família e Liberdade".
Antes de ir deixar o recinto, em conversa com repórteres, Mourão pregou contra a violência nas eleições: "O próprio Bolsonaro foi vítima desse ódio em 2018, nossa geração nunca tinha visto um atentado a um candidato a presidente". E, questionado sobre rivais no pleito, o general admitiu que tem forte concorrência:
— A candidata Ana Amélia (Lemos) e eu estamos despontando nas pesquisas, vamos aguardar maiores definições.