O Partido Liberal (PL) do Rio Grande do Sul confirmou nesta sexta-feira (22) a candidatura do deputado federal Onyx Lorenzoni ao governo do Estado. A decisão foi oficializada na convenção da sigla, celebrada no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa.
O nome do concorrente a vice na chapa não foi anunciado. O prazo para a indicação vai até o dia 5 de agosto. Nesta sexta, antes da convenção, Onyx se reuniu com líderes do MDB e ofereceu a vaga. Até o momento, o partido tem Gabriel Souza como pré-candidato a governador, e também avalia uma aliança com Eduardo Leite (PSDB).
No evento festivo, Onyx dividiu palco com os candidatos a deputado estadual e federal da legenda. Em discurso de aproximadamente 20 minutos, disse que o Estado precisa homogeneizar seu desenvolvimento e prometeu "transformar a vida das famílias rio-grandenses":
— O governador tem de sair de dentro do Palácio, ir a cada município, olhar no olho das pessoas, descobrir qual a ameaça, a oportunidade, a dificuldade, para poder ser eficiente no que faz. O Rio Grande precisa de um governador que tenha a humildade de ouvir as pessoas.
Durante o pronunciamento, o candidato a governador despejou elogios ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas para a presidência é uma "mentira absoluta". Também distribuiu críticas ao ex-governador Eduardo Leite, a quem se referia como "rapaz", sobretudo pela gestão da pandemia.
— As atitudes tomadas no Rio Grande do Sul produziram meio milhão de desempregados. Tínhamos um rapaz que governou o Rio Grande, que se trancou no Palácio, que pintava mapinha e ouvia pseudocientistas — bradou, em referência ao modelo de distanciamento controlado adotado pelo governo gaúcho.
Além do PL, a coligação de Onyx conta com o Republicanos, Pros e Patriota. O candidato ao Senado será o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos). Em viagem aos Estados Unidos, Mourão enviou um vídeo, que foi mostrado na convenção.
Aos 67 anos, Onyx é médico veterinário, foi duas vezes deputado estadual e cumpre o quinto mandato na Câmara Federal. Correligionário do presidente Jair Bolsonaro, ele ocupou quatro ministérios do atual governo: Casa Civil, Cidadania, Secretaria-Geral da Presidência e Trabalho e Previdência.
Além do lançamento da candidatura ao Piratini, o PL formalizou a indicação das nominatas de candidatos à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados.
Apoio da família Bolsonaro
Antes do discurso de Onyx Lorenzoni na convenção, foi exibido no telão um vídeo do presidente Jair Bolsonaro. Com o Palácio do Planalto ao fundo, Bolsonaro se referiu a Onyx como um "velho amigo de parlamento" e lembrou que ele foi um dos primeiros a se engajar em sua campanha presidencial.
— Quero desejar a ele, bem como a todos que estão a seu lado e concorrerão ao Senado, deputados federais e estaduais, muito boa sorte. O Rio Grande do Sul merece ter uma pessoa da estatura no Onyx para concorrer ao (governo do) Estado —disse Bolsonaro
Dois filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, também enviaram vídeos de apoio ao candidato do PL.
Tentativa de aliança
Pela manhã, antes da convenção, Onyx e alguns correligionários foram recebidos na sede estadual do MDB pelo presidente da sigla, Fábio Branco. No encontro, ofereceram a vaga de vice na chapa, caso os emedebistas não lancem candidatura ao Palácio Piratini.
Até o momento, o deputado Gabriel Souza se mantém como pré-candidato, mas muitos emedebistas querem uma coligação com o PSDB, para a indicação do vice de Eduardo Leite.
— Não podemos imaginar um partido do tamanho do MDB sem candidatura própria. Mas, no caso de não terem a candidatura, nos colocamos à disposição — disse o deputado Giovani Cherini, um dos participantes da conversa.
De acordo com o vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, a proposta do PL é de que o MDB indique o vice de Onyx nesta eleição e, em caso de vitória, o apoio seja retribuído em 2026.
— O Onyx é um homem que cumpre a palavra e cumpre os acordos — ressaltou Gomes.
Reservadamente, entretanto, integrantes do PL admitem que o apoio é difícil. Por outro lado, acreditam que parte da base partidária do MDB não aceita aliança com Leite e pode fazer campanha para Onyx desde o primeiro turno, contrariando a opção partidária.