Temas pulsantes e controversos no planeta, ambiente e agricultura são assuntos pouco explorados no plano de governo de Jair Bolsonaro (PSL). O presidente eleito inicialmente se propôs a englobar em um único ministério a esfera ambiental e outras áreas como agropecuária, pesca e desenvolvimento rural, mas declarou na semana passada que pode rever essa medida.
No documento, há menção de promover investimento em energias renováveis, como solar e eólica, porém sem detalhamento e fixação de prazos e metas. Bolsonaro também pretende reduzir o prazo para emissão de licenças ambientais, procedimento administrativo que considera muito "demorado".
Se pelo plano de governo pouco se sabe o que pensa o próximo presidente sobre a área ambiental, suas entrevistas, pronunciamentos e discursos esclarecem alguns pontos.
Durante a campanha, Bolsonaro afirmou que o Brasil tem áreas de proteção ambiental em excesso, declarou publicamente que não irá conceder "nenhum centímetro de terra" para indígenas e quilombolas e anunciou, ainda que recentemente tenha recuado, que pretende retirar o Brasil do Acordo de Paris, tratado promovido pelas Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, que prevê medidas de redução da emissão de dióxido de carbono a partir de 2020.