A principal bandeira de José Ivo Sartori (MDB) é a adesão ao regime de recuperação fiscal da União. Eduardo Leite (PSDB) quer estabelecer um teto de gastos públicos. Miguel Rossetto (PT) pretende rever a extinção de estatais e negociar com o governo federal o pagamento da dívida. Jairo Jorge (PDT) sinaliza com projeto de lei que reduz gradualmente o ICMS. Mateus Bandeira (Novo) vê na iniciativa privada a saída para a crise financeira. Roberto Robaina (PSOL) planeja suspender a dívida com a União. Todos querem contratar policiais. Nestas eleições, os candidatos a governador dão destaque, em planos por vezes genéricos, à segurança e ao equilíbrio fiscal.
No primeiro tema, as plataformas parecem ter sido feitas pela mesma equipe: há consenso em aumentar o número de servidores e de vagas em prisões, fortalecer instituições e integrar ações entre Estado e municípios. As grandes diferenças surgem em como enfrentar o déficit orçamentário, que deve chegar a pelo menos R$ 4 bilhões em 2018.
— Sob o ponto de vista de como solucionar a crise fiscal, os projetos mais liberais vislumbram na diminuição da máquina pública uma solução. Já as candidaturas que defendem um Estado mais intervencionista discutem a questão pela ótica da alteração da matriz tributária e no incremento de receitas. Antes, a polarização era entre MDB e PT no RS. Agora, é entre esses dois projetos, adotados por diferentes candidaturas — avalia Aragon Dasso, professor de Administração Pública da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Envelhecimento da população entra na pauta de campanha
Em geral, os textos trazem mais intenções do que promessas concretas. Na educação e na saúde, são poucos os compromissos assumidos para além de "universalizar o Ensino Médio", "qualificar os professores", "investir na rede de atenção primária" e "diminuir a fila de espera para exames", sem a especificação de como isso ocorrerá ou de onde virá a verba.
Por outro lado, ganham destaque o envelhecimento da população gaúcha, que em 2036 começará a aumentar, 12 anos antes do que no Brasil, segundo o IBGE, o incentivo à indústria tecnológica e a transparência de dados públicos.
— Hoje, o discurso político é segmentado para minipúblicos. A qualidade de vida interessa ao eleitor mais velho, e a tecnologia e a indústria criativa apelam à juventude. A transparência é um discurso positivo para passar uma mensagem de confiança diante dos escândalos de corrupção — analisa Fernando Coelho, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP).
As ideias dos candidatos
GaúchaZH analisou todos os planos dos candidatos ao Piratini declarados à Justiça Eleitoral. Foram destacadas cinco propostas concretas incluídas nos documentos dos quatro primeiros colocados na mais recente pesquisa do Ibope:
Confira os destaques do plano de governo do candidato do PSDB ao Piratini.
Confira os destaques do plano de governo do candidato do PDT ao Piratini.
Confira os destaques do plano de governo do candidato do MDB ao Piratini.
Confira os destaques do plano de governo do candidato do PT ao Piratini.
Confira os destaques do plano de governo do candidato do Novo ao Piratini.
Confira os destaques do plano de governo do candidato do PSOL ao Piratini.