Como chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Júnior (PTB) esteve à frente da execução das políticas de segurança de 2011 a 2014. Como candidato a vice na chapa de Eduardo Leite (PSDB), ele planeja atuar na elaboração da política a ser implantada em caso de vitória. Delegado desde 1998, foi secretário de Segurança de Canoas e concorreu, em 2014, a deputado estadual, mas não se elegeu. É o quarto entrevistado da série de GaúchaZH com os vices. A publicação segue a ordem das entrevistas dos candidatos a governador.
Qual a principal característica que um vice-governador precisa ter?
O que o vice representa é parceria, no sentido de governarmos juntos. Deve participar ativamente do governo e das decisões, junto ao centro nervoso. Uma composição entre governador e vice deve ter afinidade ideológica e pessoal. É lógico que, em qualquer composição, há pontos que podem afastar, mas os que aglutinam são fortes e numerosos. No nosso caso, estamos dialogando desde o ano passado. Houve amadurecimento, reflexão. É preciso desenvolver sintonia entre vice e titular.
Se eleito, como pretende colaborar com o governador?
Tenho 52 anos de idade e 31 de serviço público. É praticamente uma vida dedicada à questão da segurança pública, como delegado da Polícia Civil. Fui diretor do Departamento Estadual de Investigação Criminais, o Deic, e cheguei à chefia da Polícia Civil, comandando a Polícia do Estado entre 2011 e 2014. Quero contribuir com o Eduardo com essa experiência do serviço público, de gestor público. A Polícia é uma instituição maior do que a maioria dos municípios do Estado. Quando fui chefe, havia 6 mil servidores e 550 delegacias. É como ser diretor de uma empresa com 550 filiais.
Há alguma causa ou assunto mais específico com o qual planeja se envolver se for eleito?
Infelizmente, a área de segurança pública é uma das mais reclamadas pela sociedade brasileira. No Estado, não é diferente. Quero contribuir com experiência, participando da política de segurança a ser implantada nos próximos quatro anos. Quero estar presente na articulação como um todo do que está no projeto de governo e foi discutido dentro do movimento Rumos. Das cinco áreas de discussão, a com mais técnicos foi a da segurança pública. Mas é importante dizer que não serei um vice-governador exclusivamente ligado à segurança pública. Quero participar do governo como um todo.
Cite um exemplo de vice que o senhor admira.
Um dos motivos da decisão por essa composição é o histórico do Eduardo Leite. Quando prefeito de Pelotas, a vice Paula Mascarenhas teve papel fundamental ao lado dele no governo. Tanto é verdade que a Paula levou adiante o projeto que lá estava posto, se candidatando a prefeita e sendo eleita no primeiro turno com maior votação da história da cidade. Aliás, é a primeira mulher a governar um dos cinco maiores municípios do Estado. Mas é importante não confundir uma coisa com outra: não quero que ninguém pense que quero ser candidato daqui a quatro anos. Longe disso. Isso não está estabelecido nem foi conversado.