Em entrevista ao jornal Zero Hora, o novo chefe de Polícia Civil do Estado, Ranolfo Vieira Júnior, adiantou que grandes operações irão ocorrer, resultado de investigações maiores. Além disso, salientou que o trabalho do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) será projetado para toda a Polícia Civil (PC).
Treze anos após ingressar na corporação, o delegado Ranolfo Vieira Júnior assume a Chefia de Polícia no dia 1º janeiro. Ele foi anunciado hoje pelo governador eleito Tarso Genro.
Confira trechos da entrevista a Zero Hora:
Zero Hora - Qual será sua primeira agenda após assumir o posto de Chefe de Polícia?
Ranolfo Vieira Júnior - Já dar posse ao restante da administração da polícia, a partir de nomes que serão definidos nos próximos dias.
ZH - Os primeiros nomes serão anunciados na próxima semana? O subchefe será escolha sua?
Ranolfo - Acho que não serão anunciados ainda. Mas o trabalho de escolha começa já amanhã (hoje). O subchefe, pela importância do cargo e pela parceria que tem de ter, será um escolha minha, mas em sintonia com o governador e com o secretário. E também tem de estar em sintonia com os projetos para a área de segurança.
ZH - Um desses projetos é a integração entre as polícias. Como será feito essa aproximação com a Brigada Militar?
Ranolfo - Encaro isso com bons olhos. No Deic já fizemos isso com a Polícia Federal há muito tempo e com a própria Brigada Militar. Os gabinetes de gestão integradas são ferramentas indispensáveis no combate ao crime. Claro, respeitando as atribuições constitucionais de cada instituição.
ZH - Deve ocorrer algum tipo de reestruturação, como a criação de uma Divisão de Homicídios ou o fechamento de delegacias distritais?
Ranolfo - O que eu posso adiantar é: o carro-chefe será a investigação criminal. Estamos pensando em algumas coisas, mas não haverá investimento em delegacias especializadas em detrimento de distritais. Não trabalhamos com a hipótese de fechamento de delegacias.
ZH - Qual o crime a ser combatido?
Ranolfo - Os homicídios. A investigação desse tipo de crime é muito importante para nós, não só na Capital, mas também no restante do Estado. Mas qualquer coisa que eu venha a adiantar ainda é prematuro, mas estamos analisando mudanças no combate aos homicídios. Para reduzir os homicídios, vamos combater outros crimes, como tráfico de drogas, além de se integrar aos programas de prevenção, como Pronasci e os territórios da paz.
ZH - Na sua gestão no Deic, eram frequentes as grandes operações, envolvendo centenas de policiais. Veremos isso ser reproduzido no Interior?
Ranolfo - Sim. O trabalho do Deic será projetado para toda a Polícia Civil. Devem ocorrer grandes operações resultado de investigações maiores.
ZH - O senhor deve enfrentar alguns problemas, como falta de computadores e a aposentadoria especial que deve refletir em uma redução do quadro. Como vai encarar isso?
Ranolfo - Já conversei com o delegado Álvaro (Álvaro Steigleder, atual Chefe de Polícia) hoje. Pedi um levantamento sobre quantos policiais estão em condições de obter a aposentadoria especial. O mesmo ocorre com a questão de equipamentos. Só a partir disso poderemos analisar como tratar a questão.
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Perfil
O delegado Ranolfo Vieira Júnior, 44 anos, é o mais jovem delegado de 4ª classe do Estado. Atual diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, Ranolfo comandou durante anos a Polícia Civil no conturbado Vale do Sinos, esclarecendo casos complicados.
No Deic, atuou durante os governos Germano Rigotto e Yeda Crusius. Ranolfo liderou grandes investigações, entre elas, a que resultou na prisão do José Carlos dos Santos, o Seco.
Formado em Direito pela Unisinos e com especialização em Segurança Pública pela Ulbra, o delegado natural de Esteio também leciona Direito nessa universidade.
Ele ingressou na Polícia Civil em 1997. Passou por delegacias em Rio Grande, São José do Norte, Canoas e Esteio.
Em Porto Alegre, foi delegado plantonista na Área Judiciária e atuou no Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico.
Como gestor, esteve a frente da Delegacia Regional de São Leopoldo e, desde 2005, é diretor do Deic.
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Ranolfo Vieira Júnior garante que o foco do seu trabalho será a investigação criminal
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