O candidato Eduardo Leite (PSDB) é o quarto sabatinado da série de entrevistas com os postulantes ao Palácio Piratini a ter declarações verificadas pelo É isso mesmo?.
Criado em 2014, o mecanismo de checagem de GaúchaZH entrou em nova fase desde o início da campanha deste ano, com foco na cobertura eleitoral. Para isso, ganhou o reforço dos repórteres do Grupo de Investigação da RBS (GDI).
O teste continua, nos próximos dias, com os demais concorrentes. A ordem de publicação segue a mesma sequência das entrevistas, agendadas com as assessorias dos candidatos.
A seguir, confira as declarações checadas pelos jornalistas Angela Chagas, Caio Cigana e Marcelo Kervalt. O vídeo com a íntegra da entrevista está disponível no fim deste texto.
Critérios de classificação
É verdade
A informação está correta e corresponde a dados e estatísticas oficiais.
Não é bem assim
Apenas parte da sentença está correta.
Não procede
O interlocutor está equivocado na informação que afirma.
No plano estratégico de logística e transporte está apontada a necessidade de investimento de mais de R$ 30 bilhões, dos quais R$ 25,8 bilhões só em rodovias.
O Plano Estadual de Logística de Transportes (Pelt-RS) aponta, no item 2.5 do Plano de Ação, os “investimentos necessários para viabilização do Portfólio de Projetos”. Conforme a “tabela 31: custos de Implantação por modal até 2039”, o montante estimado para investimento em rodovias é de R$ 25.885.300.000. Ao ser somada esta quantia com os R$ 8.210.900.000 para ferrovias e os R$ 361.200.000 para hidrovias, chega-se ao total de R$ 34.457.400.000. O Pelt é uma ferramenta de planejamento para o transporte de cargas no Estado. Tem como objetivo investigar as deficiências no sistema e propor possíveis soluções. O estudo irá orientar o desenvolvimento logístico do Estado para os próximos 25 anos.
Em Pelotas, tivemos avanço expressivo no nosso governo: aumentamos 23%, entre 2013 e 2015, o Ideb nas séries iniciais. Tivemos novamente avanço expressivo agora. Passamos Canoas. Entre as cinco maiores cidades, fomos a que teve a curva mais inclinada.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nas séries iniciais do Ensino Fundamental na rede municipal de Pelotas passou de 3,9 pontos, em 2013, para 4,8 em 2015 – crescimento de 23%. Em 2017, o índice subiu para 5,2 – superior ao de Canoas, que chegou a 5,1. Leite também está correto ao afirmar que Pelotas teve a curva mais inclinada.
Desde o início da série histórica do Ideb, em 2005, o crescimento da cidade foi de 44%, contra 36% de Caxias do Sul, 34% de Canoas, 31% de Santa Maria. Porto Alegre não teve o Ideb de 2017 divulgado porque não cumpriu com o mínimo de alunos participantes nas provas que compõem o índice. Mas ainda que se considere a evolução até o último resultado, em 2015, o crescimento do indicador na Capital foi de 28%, abaixo, portanto, da cidade da região Sul. No entanto, no primeiro ano do governo do tucano, em 2013, Pelotas despencou no ranking.
A posição foi recuperada nas edições seguintes (no período, a evolução do índice pelotense também foi o maior entre os municípios citados). Pelotas também não bateu a meta estipulada no Ideb para 2017, de 5,3 – das maiores cidades, apenas Caxias do Sul e Santa Maria atingiram a meta.
A CEEE, que é deficitária, vai demandar aporte de recursos, aí temos um problema além da falta de investimentos num setor estratégico.
O grupo CEEE é formado por duas empresas. Uma delas, a mais conhecida, é a CEEE Distribuição (CEEE-D), que leva energia até os consumidores finais. A companhia é deficitária. Nos últimos três anos, por exemplo, acumula prejuízo de R$ 1,13 bilhão. É a CEEE-D que precisa de aportes de recursos, sob o risco de perder a concessão do serviço que presta. O outro braço do conglomerado é a CEEE Geração e Transmissão (CEEE-GT). É responsável por usinas e linhas de transmissão. Essa empresa vem mostrando resultados positivos. Nos últimos três anos, somou lucro de R$ 1,39 bilhão.
Acesse o balanço da CEEE-D com dados entre 2015 e 2017
Acesse o balanço da CEEE-GT com dados entre 2015 e 2017
Regras de checagem
1) São checadas as informações que têm verificação possível em fontes oficiais.
2) Os temas escolhidos levam em conta a relevância.
3) Os candidatos não são procurados pela reportagem.
4) Em caso de números arredondados pelos candidatos, os critérios utilizados pela equipe são:
— se a variação for de até 10%, para mais ou para menos, a informação é classificada como "É Verdade"
— se a variação for acima de 10% e até 30%, para mais ou para menos, a informação é classificada como "Não é bem assim"
— se a variação superar 30%, para mais ou para menos, a informação é classificada como "Não procede"
5) A equipe está aberta a contestações por parte dos candidatos, que posteriormente serão avaliadas pelos checadores.