
A Be8 anunciou na quarta-feira (26) um acordo com a Vast Infraestrutura para desenvolver o mercado de biocombustíveis para o setor marítimo no Porto do Açu, no Estado do Rio de Janeiro. Considerado o segundo maior em movimentação de embarcações, o porto recebeu mais de 7,3 mil navios no último ano.
O acordo prevê estudos para que a companhia forneça a infraestrutura necessária e conecte a Be8 às distribuidoras de combustíveis e clientes do Porto do Açu.
Além disso, será realizada uma avaliação se o local poderá ser uma alternativa para a importação de insumos usados no processo de produção de biodiesel e um novo ponto para exportação e cabotagem do produto final.
Líder no mercado de transbordo de petróleo e responsável por movimentar cerca de 40% de toda a exportação de óleo cru no país, a Vast Infraestrutura é uma companhia dedicada a oferecer infraestrutura e soluções logísticas para a movimentação de líquidos no Brasil.
O Terminal de Líquidos do Açu (TLA) da empresa deve ser a infraestrutura utilizada para receber, armazenar e expedir as matérias-primas e o biodiesel. O porto também deve abrigar futuramente uma instalação de plantas de armazenagem dos biocombustíveis produzidos pela Be8.
— Esta nova parceria com a Vast nos permite trabalhar com o biodiesel, que pode ser usado para o bunker (óleo combustível de baixo teor de enxofre) ofertado aos navios, e o novo Be8 Bevant, para avançar na descarbonização das operações de gestão do porto — explica o presidente da Be8, Erasmo Carlos Battistella.
Ainda segundo Battistella, o Be8 BeVant foi desenvolvido para atender empresas que consomem grandes volumes de combustíveis fósseis e que desejam uma solução que pode ser global para reduzir as emissões no curto prazo, substituindo em 100% o diesel.
Alternativa para a descarbonização
Uma das principais alternativas para a descarbonização do transporte marítimo é a adição de biodiesel nos combustíveis marítimos tradicionais, como o óleo diesel marítimo e o óleo combustível de baixo teor de enxofre, também conhecido como bunker.
Mas foi somente em 2024 que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) autorizou a comercialização de bunker com adição de até 24% de biodiesel. Mesmo com a mistura, não há necessidade de alterações nos motores das embarcações.
Para o diretor comercial da Vast Infraestrutura, Eduardo Goulart, o Porto do Açu possui um papel relevante para fomentar a descarbonização do setor marítimo no Brasil.
— A Vast quer contribuir com duas trilhas principais: uma focada em prover combustíveis e misturas de baixo carbono e outra oferecendo alternativas de eletrificação para embarcações atracadas. Esta última iniciativa já está sendo adotada desde 2024 em rebocadores que atuam no Terminal de Petróleo (T-Oil) da Vast — explica.