O desemprego e a situação econômica do país dominaram o início do primeiro debate televisivo da campanha eleitoral deste ano. Realizado pela TV Bandeirantes na noite desta quinta-feira (9), o programa teve a participação de oito candidatos, todos de coligações com no mínimo cinco congressistas — pela lei eleitoral, com essa condição, são obrigados a serem convidados. No total, são 13 presidenciáveis que estão na disputa.
Estiveram presentes Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede).
Uma pergunta de espectadores sobre o que os candidatos iriam fazer para aumentar a contratação dos trabalhadores abriu o debate. Alvaro Dias citou a sua biografia, afirmando que renunciou a privilégios enquanto senador. Cabo Daciolo, deputado federal, disse que a redução de impostos e a queda dos juros são necessários para diminuir o desemprego.
Para Alckmin, é necessário voltar a crescer e, para isso, é necessário redução das despesas dos gastos públicos, simplificação tributária, abertura econômica, entre outros itens, com intuito de atacar a crise fiscal.
Marina, que concorre à Presidência pela terceira vez, afirmou que o país precisa recuperar a sua credibilidade e atacou aqueles que "criaram o problema". Bolsonaro disse que a desregulamentação é o caminho para gerar empregos, ressaltando que o Brasil tem um "cipoal de leis".
Boulos garantiu que vai revogar as reformas adotadas pelo presidente Michel Temer (MDB) e retomar o investimento público. Meirelles declarou que se gera emprego com a "política econômica correta".
Ciro lembrou que é necessário "consertar os motores do desenvolvimento", ajudando a pagar as dívidas dos consumidores, descartelizar o sistema financeiro, retomar as obras públicas paradas e adotar uma política industrial de comércio exterior. Também ressaltou a necessidade de "descartelizar" o sistema financeiro.
Debate paralelo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insistiu em participar deste primeiro encontro por videoconferência de sua cela em Curitiba, onde cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas a Justiça lhe negou esse pedido.
Para tentar compensar a ausência de Lula, o PT realizou uma transmissão paralela ao vivo no Facebook e no YouTube com a participação de Fernando Haddad, vice da chapa do partido, de Manuela D'ávila (PC do B), que será a vice na chapa após a definição legal sobre a candidatura de Lula, da presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e de Sérgio Gabrielli, que foi presidente da Petrobras durante boa parte dos governos petistas e hoje coordena a campanha petista.
Haddad dedicou boa parte da sua fala para direcionar ataques ao PSDB do candidato Geraldo Alckmin e ao MDB do presidente Michel Temer e do candidato Henrique Meirelles.
— O Temer, apoiado pelo PSDB, deu um reajuste de salário mínimo abaixo da inflação. Isso significa que o trabalhador humilde vai perder poder de compra. Temer também aprovou uma maluquice que é o teto de gasto, que congela os gastos por 20 anos. O PSDB e o MDB sustentam que essa medida é correta — afirmou.