Realizado pela TV Bandeirantes na noite desta quinta-feira (9), o programa teve a participação de oito candidatos, todos de coligações com no mínimo cinco congressistas — pela lei eleitoral, com essa condição, são obrigados a serem convidados. No total, são 13 presidenciáveis que estão na disputa.
Confira os principais pontos de debate entre os presidenciáveis:
Reforma trabalhista
Os candidatos Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) divergiram no debate da Band em relação à reforma trabalhista, aprovada em 2017. Ciro perguntou ao ex-governador de São Paulo se ele iria manter a reforma trabalhista, que, na avaliação do ex-ministro, introduziu insegurança jurídica e é uma "aberração". Alckmin defendeu a reforma, que ele classificou como "avanço".
— Mantenho a posição, reforma trabalhista vai estimular mais emprego — afirmou.
Saúde
A candidata Marina Silva (Rede) defendeu o aumento de recursos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em resposta ao candidato Geraldo Alckmin (PSDB), Marina aproveitou para atacar as gestões tucanas no setor.
— O SUS está completamente sucateado porque não foi corretamente implementado —, afirmou Marina.
Para ela, parte deste erro de implementação se deveu a governos do PSDB.Alckmin se esquivou do embate e disse que, por ser médico, tem como "dever" melhorar saúde.
Alianças partidárias
A candidata Marina Silva (Rede) também atacou a aliança do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) com os partidos do chamado Centrão, durante debate presidencial realizado pela Band, nesta quinta-feira, 9. Em resposta, o tucano criticou a vida partidária da ex-ministra e disse que há ótimas pessoas "em todos os partidos".
— As alianças são sempre por tempo de televisão, para se manter no poder. Elas são a base de sustentação do governo de Michel Temer. — afirmou Marina, ao relembrar o arco partidário em torno de Alckmin. Para a candidata, o País deve "mudar os que estão patrocinando a crise".Em reação, Alckmin afirmou que há "ótimas pessoas" em todos os partidos.
— Construímos aliança com siglas do centro para aprovar reformas que população precisa —, disse.
O tucano criticou ainda a aliança de Marina com o PV, que indicou Eduardo Jorge como vice da chapa da ex-ministra.Em outro ponto de embate entre os dois candidatos, Marina disse que vai enfrentar a reforma da Previdência, mas não com "propostas draconianas". Alckmin disse ainda que vai "trabalhar nas causas para poder reduzir os juros no Brasil".
Política salarial das mulheres
Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Alvaro Dias (Podemos) tiveram dois pontos de confronto durante o debate entre presidenciáveis.
Dias perguntou a Bolsonaro se homens e mulheres devem receber a mesma quantia para funções iguais, e Bolsonaro defendeu que o Estado não deve interferir na questão salarial.Outro confronto direto entre os dois candidatos foi quando Bolsonaro perguntou a Dias o destino de empréstimos do BNDES, que foi presidido entre 2017 e 2018 pelo vice na chapa do senador paranaense, Paulo Rabello de Castro (PSC).
— Foi Rabello de Castro que começou a mudar a realidade dos empréstimos do BNDES —, afirmou Dias.
Segurança pública
Os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSL) divergiram em relação ao tema da segurança pública.
O ex-governador paulista reafirmou que, para resolver o problema do aumento da violência no País, é necessária parceria entre o governo federal e os Estados, bem como com outras nações. "Nós vamos trabalhar juntos no grande desafio latino-americano, que é a segurança", afirmou o tucano, que defendeu ainda que a Polícia Federal seja ampliada.
Para Alckmin, será necessário levar a todo o País o programa Recomeço, do governo paulista, que trata do dependente químico. Ele afirmou também que, entre os jovens, são os de menor escolaridade que são as maiores vítimas do uso de drogas.
Para Bolsonaro, no entanto, o problema da segurança pública de deve a "uma equivocada política de direitos humanos". "Nós temos de agir firmemente", disse.
Cabo Daciolo ataca urnas eletrônicas e critica "falta de amor"
O candidato Cabo Daciolo (Patriota) defendeu, durante o debate da Band, mudança no formato de votação do País. Para Daciolo, que também é deputado federal, há fraude nas urnas eletrônicas. "Isso é preocupante", afirmou. Ele também disse que a causa do feminicídio e dos demais problemas da segurança pública é a "falta de amor". "Este é o grande problema que a nação está enfrentado hoje", disse.
Aborto
Os candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Marina Silva (Rede) expuseram na noite desta quinta-feira (9) durante debate na Band, as posições que ambos têm a respeito do aborto.Marina Silva defendeu mais uma vez a realização de um plebiscito sobre o tema. Já Boulos disse que, caso eleito, a questão não será tratada no âmbito do Código Penal. "Vai ser um tema do SUS. ê muito cômodo negar o direito ao aborto às mulheres, e homens não assumirem filhos", criticou.