O primeiro dia do calendário eleitoral de 2018 será aberto com um debate entre os candidatos ao Palácio Piratini na Rádio Gaúcha, a partir das 8h10min desta quinta-feira (16). Será o primeiro encontro dos postulantes ao Poder Executivo na busca por consolidar suas bases de eleitores e conquistar indecisos, ao mesmo tempo em que planejam estratégia para retirar votos dos rivais.
Concorrente à reeleição, o governador José Ivo Sartori (MDB) deve manter o padrão de não fazer promessas, a exemplo da conduta na campanha de 2014. Uma das prioridades de Sartori, provável alvo de críticas de adversários pelo atraso e parcelamento de salários dos servidores ao longo da sua gestão, será apontar a melhoria dos indicadores da segurança pública.
— Ele vai destacar mais o que ainda precisa ser feito e como pretende administrar para o futuro. O governador Sartori não muda o seu jeito de ser, não quer achar culpados — diz Idenir Cecchim, coordenador de campanha.
Ex-prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PDT) pretende executar retórica propositiva. Além de apresentar cases da época em que administrou a cidade da Região Metropolitana por oito anos, irá reforçar que foi "um dos criadores do ProUni", à época em que era filiado ao PT e secretário-executivo do Ministério da Educação.
— Ele quer romper a política de antagonismo. A proposta é de um governo de convergência, com uma campanha sem atirar pedras. Queremos mostrar soluções inovadoras da gestão dele em Canoas, como a lei do gatilho, que diminuía a alíquota de ISSQN quando era registrado aumento de arrecadação. A ideia é fazer o mesmo com o ICMS — antecipa Flávia Lima Moreira, da coordenação de campanha do pedetista.
Aos 33 anos, o ex-prefeito de Pelotas, Eduardo Leite (PSDB), também pretende valorizar as experiências da sua gestão no município da Zona Sul.
— Uma das questões é a apresentação, falar um pouco de si. Dizer, para quem não sabe, que o Eduardo saiu com mais de 80% de aprovação popular em Pelotas — indica Tânia Moreira, integrante do núcleo de campanha.
Entre os eixos do programa do tucano, constará a intenção de tornar a máquina pública mais "eficiente". A intenção de fazer um "debate respeitoso" e focado no "futuro do Rio Grande" é destacada por Tânia.
Político experiente, ex-vice-governador e ex-ministro dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Miguel Rossetto (PT) será crítico ao modelo de gestão de Sartori, sobretudo quanto ao encolhimento de estruturas públicas e o atraso de salários.
Coordenador de campanha do PT, Carlos Pestana diz que Rossetto "será um candidato de oposição".
— Rossetto tem assumido compromisso de pagamento em dia dos servidores e de buscar a retomada do crescimento. O PSDB é a base dos governos Sartori e Michel Temer. Eles representam o mesmo projeto — assinala o petista.
Embora rejeite o rótulo de "metralhadora giratória", o candidato do PSOL ao Piratini, Roberto Robaina, reforçará a crítica ao PSDB e ao MDB, com o acréscimo de que "o PT, quando governou, não fez as mudanças estruturais necessárias".
— Nosso eixo prioriza a área social, o combate ao desperdício de dinheiro público com isenções fiscais injustificadas e a sonegação fiscal. Ter esses recursos para investir em saúde, educação e pagamento dos servidores. Na segurança, queremos defender mudança na política nacional baseada no modelo de guerra às drogas — diz Robaina.
De orientação liberal, Mateus Bandeira (Novo) terá foco em defender que "todas as companhias devem ser levadas à privatização". Ex-presidente do Banrisul, ele avalia que o banco gaúcho deve ser alvo de "discussão racional" sobre a finalidade de o Estado ser dono de uma instituição financeira de mercado.
— Não é papel do Estado ser empresário. As estatais acabam capturadas pelos partidos políticos. Tenho dado o exemplo da CEEE. O Estado deve se concentrar naquilo que não pode delegar a ninguém, caso da segurança pública, que talvez seja a faceta mais visível da falência operacional do Rio Grande do Sul — destaca Bandeira.
Veterano em eleições, Julio Flores (PSTU) está afiado para mais uma disputa estadual:
— A mudança não virá do processo eleitoral, mas da mobilização popular. Chamamos uma rebelião do povo trabalhador contra o sistema e a corrupção. Todos os processos de mudança na história mundial somente ocorreram em função de o povo ter tomado às ruas.
Como acompanhar
Pela Rádio Gaúcha e pelo site GaúchaZH.
Data: 16 de agosto
Horário: 8h10min às 10h
Mediador: Daniel Scola
Participantes:
- Eduardo Leite (PSDB)
- Jairo Jorge (PDT)
- José Ivo Sartori (MDB)
- Júlio Flores (PSTU)
- Mateus Bandeira (Novo)
- Miguel Rossetto (PT)
- Roberto Robaina (PSOL)