Para melhor acesso à educação e à saúde, para impulsionar o turismo e desenvolver a região, a via é de mão única: mais investimento na infraestrutura. Seja no melhoramento das estradas, na construção do aeroporto regional e até mesmo na questão de saneamento básico.
Na última reportagem da série Lupa nas Áreas, a reportagem consultou lideranças regionais, especialistas e mobilizadores de investimento na infraestrutura da Serra gaúcha. Duplicações, repavimentações, modernizações e construções foram defendidas, entre elas as duplicações da Rota do Sol e da RS-122; a modernização da BR-116, especialmente no perímetro urbano de Caxias; e a construção do centro regional de produtos agrícolas.
— O que está faltando é um olhar, a médio e longo prazo, na nossa infraestrutura em geral. Temos uma estrutura bastante comprometida e um pouco até, poderia dizer, defasada, em decorrência da quantidade de fluxo de veículos, de transporte e de carga e que, mesmo assim, a gente não vê nenhum movimento, de maior intensidade, sobre ampliação, alternativas para atender essas demandas — avalia o coordenador e professor da Engenharia Civil da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Vinicio Cecconelo.
Muitas destas demandas, aguardam mobilização e iniciativa política. Para o presidente do Conselho Municipal de Turismo de Bom Jesus, Jaziel Pereira, a comunidade e políticos locais deveriam se mobilizar mais.
— Eu acredito que mais pessoas deveriam estar se mobilizando, indo a Porto Alegre, tentando resolver. Se ninguém ajuda, fica que nem água de poço, até anda, mas tudo calmo. Vai dando uma agonia na gente — opina.
Apesar do fluxo médio diário de veículos na Rota do Sol, a economista e presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) Serra, Mônica Mattia, acredita que a concessão dos cânions de Cambará do Sul, de São Francisco de Paula e dos parques nacionais de Gramado e Canela deve aumentar significativamente o fluxo de turistas e, consequentemente, no trânsito.
— Existe necessidade imediata em todo o perímetro urbano de Caxias, mas também se vê, que num curto ou médio prazo, há a duplicação até Fazenda Souza, visto a construção do aeroporto internacional da Serra gaúcha e também uma duplicação até Lajeado Grande para que resolva todos os gargalos existentes até o presente momento. Cabe sim pensar numa duplicação, em construção de terceiras vias num primeiro momento, na modernização das rodovias tornando o trânsito mais seguro — frisa Mônica.
Necessidade de melhor infraestrutura também no saneamento
Com 147 mil habitantes nos sete municípios compreendidos pelo Corede Hortênsias - Cambará, Canela, Gramado, Jaquirana, Nova Petrópolis, Picada Café e São Francisco -, na visão da presidente do Corede, Márcia Beretta, além das questões de estradas, a política é falha na construção de um centro regional de produtos agrícolas, evitando que o alimento precise ir para Porto Alegre e depois retornar ao município de origem, além disso, existe uma urgência no tratamento de esgoto em cidades como São Chico, Canela e Jaquirana.
— Temos baixos índices de saneamento. Em São Chico e Jaquirana não tem tratamento de esgoto. Em Canela e Gramado tem uma pequena parcela e temos que pensar que, esta região, abastece cinco bacias hidrográficas — alerta Márcia.
A Serra fala: as 10 reivindicações para Infraestrutura*
*Demandas foram levantadas por especialistas e lideranças regionais
1 - Consolidação do processo de concessão das rodovias
2 - Duplicação da RS-122
3 - Duplicação da Rota do Sol
4 - Modernização da BR-116
5 - Construção do Porto no Litoral Norte
6 - Pavimentação da RS-476
7 - Construção de um centro regional de produtos agrícolas na região das Hortênsias
8 - Pavimentação da BR-285
9 - Construção do aeroporto regional
10 - Construção de rede de saneamento básico