O Instituto-Geral de Perícias (IGP) realiza, a partir das 19h30min desta terça-feira (5), a primeira parte da reconstituição da perseguição de Matheus da Silva dos Santos, 21 anos, ocorrido em junho de 2021. Na ocasião, o jovem motorista fugiu de uma barreira na Rua Moreira César por não ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e foi baleado. Para a Polícia Civil, há cinco investigados: quatro guardas municipais e um servidor municipal que possui porte de arma.
Durante a tarde, o IGP tomou o depoimento de 14 envolvidos nos fatos, entre suspeitos e testemunhas. Entre eles, estavam os dois amigos de Santos que tripulavam a Parati no momento da perseguição. O operador de máquinas Rian dos Santos, 20 anos, e o servente Sebastião Daniel dos Santos, 21, chegaram à delegacia por volta das 15h de ontem, acompanhados de amigos e familiares da vítima.
Vestidos com camisetas que homenageavam Matheus e ainda consternados com a forma como o amigo morreu, pediam justiça e cobravam que o caso fosse resolvido após 10 meses do ocorrido. Para a advogada da família, Olga Popoviche, os amigos são tratados como testemunhas quando deveriam aparecer como vítimas na investigação.
— Foram oito disparos no automóvel. Os responsáveis devem ser punidos pelo homicídio do Matheus e pela tentativa de homicídio do Rian e do Sebastião — comentou Olga.
Para a família, o fim da abordagem e a morte do jovem são inexplicáveis. A irmã, Milena Brito, 23, pediu respostas em frente a delegacia e aguarda que a justiça seja feita.
— Foi um descaso e continua sendo, não temos respostas. Meu irmão ajudava todo mundo, não tinha porque ter tido esse fim. Moramos no bairro Planalto, já vimos perseguições que atiraram contra a polícia e não foram mortos — cobrou.
Vestido com uma camiseta que homenageia Matheus e com uma tatuagem recém feita da data de nascimento do amigo morto, o autônomo Daniel Padilha, 26, se esforçou para não derramar as lágrimas ao lembrar do cunhado.
— Um guri trabalhador, esforçado, tiraram a vida de um guri com a vida inteira pela frente. Eu ainda estou arrasado — afirmou Padilha.