Em um vídeo publicado nas redes sociais (confira abaixo) no final da manhã desta sexta-feira (3), a prefeita de Santa Tereza, Gisele Caumo, destaca que as águas do Rio Taquari, que haviam invadido as ruas da cidade, recuaram um pouco. Na publicação, ela passa orientações à comunidade para enfrentar a situação delicada que o município vive e define o cenário atual como "catastrófico", após a terceira enchente sofrida pela cidade no período de oito meses.
Gisele informa que algumas comunidades do interior de Santa Tereza estão devastadas não somente pela cheia do Rio Taquari, mas também pelos diversos deslizamentos de terra. Ela informa que a tarefa do dia e buscar resgatar os moradores do interior.
— Eu já solicitei aeronave, o governo do Estado já autorizou, porém a operação ainda não aconteceu por conta do tempo. Não havia autorização para que a aeronave pudesse decolar. Estou em contato com pelo menos um membro de cada comunidade buscando informações para saber se todos estão bem. E peço para que as pessoas que serão resgatadas não resistam. Realmente existem comunidades que hoje, infelizmente, só conseguimos acessar por via aérea — diz a prefeita, em vídeo publicado nas redes sociais.
Segundo a prefeita de Santa Tereza, hoje a cidade tem apenas uma via de ligação com municípios vizinhos, como Bento Gonçalves e Garibaldi, que é pela Linha 150 da Leopoldina. Mesmo assim, ela define esse trajeto como precário e com dificuldades de trafegabilidade.
— Já estamos com máquinas nesse local (Linha 150 da Leopoldina) e colocaremos máquinas na RS-444 para começar a desobstruir a via, que ao longo do trecho está com muitas barreiras. Inclusive temos famílias isoladas lá na Pederneira (localidade) que nós também tentaremos o resgate hoje (sexta-feira, 3).
Gisele destaca que há problemas no abastecimento de água, alimentos e gasolina. Além disso, há pontos sem energia elétrica e que, conforme Gisele, só serão resolvidos assim que as estradas estiverem em boas condições para que as equipes da Rio Grande Energia (RGE) consigam chegar a Santa Tereza.
O coordenador da Defesa Civil de Santa Tereza, Jader Alexandre Becker, informa que algumas pessoas foram retiradas de casa em virtude do risco do rompimento da barragem 14 de Julho, entre Cotiporã e Bento Gonçalves.
— Estimamos que umas 200 e poucas famílias tiveram que sair de casa — diz Becker.
O que diz a Ceran sobre a barragem
No final da manhã desta sexta-feira (3), a Companhia Energética Rio das Antas (Ceran) emitiu uma nova nota sobre a situação da Usina 14 de Julho. Segundo a empresa que administra a barragem, a situação é considerada estável e sem alterações desde o rompimento parcial, ocorrido na tarde de quinta-feira (2).
Ainda de acordo com o comunicado, as vazões diminuíram nas últimas horas e a Ceran diz que segue em contato com a Defesa Civil para priorizar a seguranças das pessoas.
Confira a nota na íntegra:
A Ceran informa que segue monitorando a situação da Usina 14 de Julho. A barragem segue em situação estável, sem alterações desde o rompimento parcial ocorrido na tarde desta quinta-feira, 02 de maio. Os dados mostram que as vazões diminuíram nas últimas horas. A Ceran segue em contato com a Defesa Civil e priorizando a segurança das pessoas.
Pedimos a todos que sigam as orientações da Defesa Civil e se informem através dos nossos meios de comunicação oficiais.