Após a formação de 700 jovens em Caxias do Sul ao longo deste ano, o projeto “Escola do Amanhã” será expandido para outras cidades da Serra em 2025. A ampliação das atividades, que já estava prevista pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), ganhou força na última semana, quando o projeto foi anunciado como um dos mais votados na Consulta Popular de 2024.
A ação educacional receberá mais de R$ 345 mil do governo do Estado para o desenvolvimento de atividades. Conforme o presidente do Simecs, Ubiratã Rezler, as cidades de Garibaldi, Nova Prata e Veranópolis já demonstraram interesse em receber o “Escola do Amanhã”. Contudo, a entidade almeja levar a ação educacional para as 32 cidades que integram o Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra (Corede Serra).
— Nós vemos um potencial muito grande neste projeto. Neste ano, em que as atividades foram ampliadas, o “Escola do Amanhã” cumpriu um papel superior ao de atrair os jovens: está sendo um instrumento social. Tenho certeza de que as prefeituras locais serão apoiadoras, assim como a Brigada Militar, Polícia Civil, Sicredi, Sesi e Senai — pontua Rezler.
O “Escola do Amanhã” começou no ano passado, em Caxias do Sul, com uma turma piloto de 35 alunos, com idade entre 14 e 16 anos. A proposta inicial visava desmistificar a visão que os jovens têm da indústria e, consequentemente, atrair novas gerações para o mercado.
Neste ano, a imersão educacional no segmento metalmecânico atingiu 700 estudantes, sendo 400 alunos formados pelo Senai e outros 300 que participaram de ações junto às escolas caxienses. O programa, que é ofertado gratuitamente, oportuniza visitas técnicas, bem como formação em áreas diversas, como robótica, desenho mecânico, programação básica, educação financeira e cidadania.
Além disso, os professores das escolas que recebem o “Escola do Amanhã” também passaram por uma qualificação com o Sesi, em Porto Alegre, ofertada pelo programa.
Primeiros impactos
Conforme Rezler, o projeto do “Escola do Amanhã”, em seu formato atual, funciona como uma trilha para cativar os estudantes e introduzi-los no programa Jovem Aprendiz. Uma vez dentro da indústria, a expectativa é que os jovens sejam efetivados quando completem 18 anos e sigam carreira no segmento.
— Temos relatos de vários jovens que visitaram as empresas e sinalizaram para os pais o desejo de trabalhar lá. Nós, enquanto entidade, conseguimos mostrar para as novas gerações que a indústria é um espaço de inovação e que existe espaço para eles dentro desse ambiente — explica o presidente do Simecs.
Só na Palfinger, empresa fabricante de maquinaria que foi parceria do programa, cerca de oito jovens participantes do "Escola do Amanhã" foram selecionados para atuar como Jovem Aprendiz no próximo ano.
— Nós temos uma forte necessidade de talentos que precisam ser atraídos, sobretudo jovens com o olhar digital, já que a indústria trabalha hoje muita tecnologia. Então, esse projeto tem nos ajudado a preparar esses talentos para o futuro — explica a gerente de Recursos Humanos da América Latina da Palfinger, Tatiane Chilo.
Leonardo Bertin, 17 anos, é um dos estudantes que participou do “Escola do Amanhã” neste ano e vislumbra a carreira na indústria. Segundo ele, o projeto o fez repensar as opções de curso superior para aproveitar as oportunidades que a indústria oferece.
— Estava pensando em engenharia ou arquitetura. Mas depois, pensei em algo voltado para a logística. Para o próximo ano, consegui um curso de mecatrônica com a Marcopolo. Consigo me ver na indústria daqui há alguns anos e pretendo seguir carreira nela — conta.