A partir do momento em que os 70 novos leitos do Hospital Geral (HG) estiverem em funcionamento, no fim de setembro, Caxias do Sul ganhará um acréscimo de 10% nos leitos do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o município possui hoje 672 vagas em hospitais no sistema público. Ou seja, o número saltará para 742 com a abertura dos novos leitos. Ao somar com a estrutura privada, que tem 806 leitos, o número subirá de 1.478 para 1.548 — um acréscimo de 5%.
Como explicado no anúncio da abertura dos novos leitos, nesta segunda-feira (14), a ativação será de forma gradativa. Dos 70, 60 serão para internações e outros 10 para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. A assessoria da SMS explica que, na medida em que as vagas hospitalares entrarem em operação, elas serão incorporadas à Central de Regulação de Leitos (CRL).
— Ou seja, à medida em que forem abertos, passam a integrar a rede SUS como um todo, ampliando as possibilidades de atendimento para internação adulto, que atualmente é o principal gargalo do município, e de UTI neonatal — descreve a assessoria.
A expectativa é que ocorra uma redução na fila para internação no município. Mas, apenas a partir da abertura é que o impacto dos atendimentos poderá ser mensurado, até porque há casos variados dentro das filas. Por exemplo, há situações em que outras instituições são referências, o que faz com que o leito necessário exista apenas em outro hospital e não necessariamente no HG.
O cronograma de abertura dos leitos inicia no fim de agosto e segue até o fim de setembro. De toda a estrutura, 55 são criados com a obra do novo complexo do HG e outros 15 são reativados no prédio original. O custo para as 55 novas vagas é de R$ 54 milhões, a partir de recursos repassados pelo Ministério da Saúde. O restante está dentro do orçamento do HG, que recebe mais verbas da prefeitura, Estado e governo federal.
Os leitos
O plano inicial do hospital com a obra é a abertura de 83 novos leitos e a transferência de outros 35 para a ala antiga, totalizando 118 leitos. Para isso, a instituição necessita de um custo mensal de quase R$ 7 milhões, algo em torno de R$ 84 milhões ao ano. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) fez o pedido ao Ministério da Saúde. Em julho, a ministra Nísia Trindade autorizou R$ 54 milhões. Com o valor, surge o custeio para a abertura de 55 novos leitos, que mensalmente custam R$ 4,4 milhões.
O cronograma de abertura:
- 15 leitos de internação abrem na quarta semana de agosto
- 12 leitos de internação abrem na última semana de agosto
- 27 leitos de internação abrem na segunda semana de setembro
- seis leitos de internação e 10 de UTI neonatal abrem na quarta semana de setembro
Os custos das obras
As obras do novo complexo do Hospital Geral levaram nove anos para serem concluídas. Entre o início e a conclusão, duas pausas ocorreram, em 2014 e 2017, por falta de recursos. No início, o orçamento era de R$ 10 milhões em 2014, que passou a ser de R$ 44 milhões no fim do trabalho, neste ano. Além da infraestrutura, estão somados aos gastos equipamentos, novo gerador de energia, ligação entre os dois prédios do HG e obras complementares. As principais contribuições vieram do Estado (mais de R$ 22 milhões) e de emendas parlamentares (R$ 16 milhões). Confira abaixo: