Cartão postal da Serra, a ponte Ernesto Dornelles, na BR-470 sobre o Rio das Antas, no limite dos municípios de Bento Gonçalves e Veranópolis, passará por recuperação. A obra tem o objetivo de corrigir problemas da travessia, que há pelo menos sete anos tem limitação de peso devido a desgaste de elementos da estrutura.
Entre os problemas identificados na ponte desde 2015 estão sinais de impacto no concreto em uma das cabeceiras e oxidação da estrutura. Em 2016, quando a estrutura ainda estava sob responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), técnicos implantaram escoras de madeira junto à cabeceira do lado de Veranópolis. O reforço foi posicionado embaixo de elementos conhecidos na linguagem de engenharia como dentes gerber. As estruturas servem para transferir a carga entre uma viga e outra. Embora não apresente risco de colapso, os técnicos optaram pelo reforço na época caso houvesse maior desgaste.
Atualmente, a passagem está limitada a veículos com peso bruto total (PBT) de até 45 toneladas, mas restrição já foi de 36 toneladas. Essas limitações impedem, por exemplo, o tráfego de caminhões bitrem.
Desde 2019, a ponte está sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Os trâmites no órgão federal para a realização das obras estão em fase avançada, mas ainda não há data para o início das intervenções. Isso porque o trabalho será realizado por meio de Regime Diferenciado de Contratação (RDC). Dessa forma, a empresa que vencer o certame ficará responsável pelos projetos e também pelas obras, que somente terão início após a realização dos estudos. Toda a documentação está em análise na procuradoria do órgão e a próxima fase é o lançamento do edital.
— Estamos trabalhando neste edital há um bom tempo, pela estrutura da ponte ser muito diferenciada — afirma Adalberto Jurach, engenheiro do Dnit responsável pela BR-470.
A ponte Ernesto Dornelles foi inaugurada em 31 de agosto de 1952. Com 277 metros de extensão, era considerada na época a terceira do mundo em arcos isolados e a primeira com arcos paralelos. Essa estrutura faz com que o peso da construção seja sustentado pelos arcos, enquanto pontes tradicionais contam com pilares que transferem o peso ao solo.
O prazo para a realização das obras e o custo vai depender da finalização dos projetos, que devem começar somente após a contratação da empresa responsável. Depois que o restauro for finalizado, a expectativa é devolver a condição normal de tráfego na estrutura, sem restrição de peso.