Após a Associação Amigos do Parque do Palácio, em Canela, apresentar um novo projeto para a revitalização da área verde, a administração municipal não garante a adoção da proposta na íntegra. A indefinição ocorre porque os dois pontos mais polêmicos da ocupação do espaço ainda precisam ser discutidos: a construção de um centro de convenções e a sustentabilidade financeira do parque.
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A proposta da associação foi apresentada na última terça-feira (11), em sessão na Câmara de Vereadores, após o prefeito da cidade, Constantino Orsolin (PMDB), conceder prazo para elaboração de proposta alternativa à da administração. O município pretendia conceder a área à iniciativa privada, que poderia construir e explorar um centro de convenções em troca da manutenção do parque. Os planos geraram reação de parte da comunidade, principalmente dos Amigos do Parque do Palácio. Em agosto, quando publicou uma carta aberta suspendendo a votação do projeto original e ampliando o prazo para debate, Orsolin afirmou que as manifestações estavam "ultrapassando o limite do tolerável e do razoável".
O novo projeto prevê a construção de trilhas, área multi-eventos para feiras, área de eventos artísticos para exposições, quadras de esporte e área para grandes eventos, com anfiteatro a céu aberto para 1,4 mil pessoas. A área também ganharia um espaço dedicado a ações ambientais, com cursos e biblioteca voltada para o tema. Pela proposta, a sustentabilidade financeira ocorreria por meio de gestão compartilhada, que contaria com recursos públicos, de empresas parceiras e até mesmo de economia com geração de energia solar.
O secretário de Governança, Planejamento e Gestão do município, Vilmar da Silva Santos, questiona, no entanto, a ausência de um centro de convenções, já que ele está previsto na lei estadual que cedeu a área o município em 2010.
— É um encargo do governo do Estado. Se for construído esse projeto, vamos ter que negociar uma mudança na lei, senão, em último caso, o município poderia inclusive perder a área. Não digo que precise ser na área, mas não abrimos mão de um centro de convenções, porém, estamos abertos ao debate — relata.
Com relação à manutenção do parque, o secretário afirma ainda ser necessário esclarecer a origem dos recursos.
— Entendemos que cabe ao município administrar questões de maior relevância e interesse público, como saúde e educação, mas não vamos desconsiderar o projeto porque eles não apresentaram o que prevê a lei. Diante das posturas que foram tomadas, vejo com muita tranquilidade as condições de conjugar as propostas. Ele tem que, no mínimo, ser autossustentável, para que tenha manutenção do parque. Se conseguirmos isso sem construir um hotel, como chegou a se prever, vai agradar a todos — finaliza.