O futebol não é uma ciência exata quando se fala em números. Um clube que tenha mais poder de investimento não tem a garantia certa de resultados positivos dentro de campo. O exemplo está no próprio Juventude na Série B do Brasileiro. A folha salarial do alviverde beirou R$ 1,5 milhão, enquanto Ceará e Sport tinham folhas muito superiores ao do time da Serra. O clube de Recife passou dos R$ 2,2 milhões. Contudo, dentro de campo, o time alviverde encaixou e a equipe subiu. Já os dois rivais do nordeste não tiveram o mesmo sucesso.
Com o Gauchão perto de começar, o técnico Thiago Carpini adota o mesmo discurso. O Juventude tem um orçamento anual que deve chegar na casa dos R$ 80 milhões. Os valores exatos serão apresentados neste mês de janeiro ao Conselho Deliberativo. Porém, muitos rivais do estadual trabalham com cifras infinitamente menores. Por isso, o treinador adota cautela e quer tirar um peso sobre o elenco no começo desta temporada.
— Isso não representa nada, o investimento. Investimento sem planejamento não representa nada. Temos aqui investimento e planejamento. O Ceará tinha quatro vezes mais que o investimento do Juventude. Tinha por obrigação subir? talvez sim, talvez não. Não que o planejamento do Ceará tenha sido errado, só como exemplo. Os quatro clubes que subiram (da Série B), garanto que o menor investimento é do Juventude — afirmou o treinador.
O nosso rival tem muito mais responsabilidade por ser o atual vice-campeão. O investimento não entra nos 90 minutos
No Gauchão, o Juventude terá o maior investimento dos clubes do interior. Contudo, os rivais estão treinando desde o começo de dezembro e o alviverde terá somente 15 dias de pré-temporada. Thiago Carpini reconhece que os clubes vão enfrentar o Juventude com um olhar diferente. Ele ainda jogou uma responsabilidade maior ao Caxias, por ser o atual vice-campeão Gaúcho de 2023.
— Quando se entra dentro de campo, contra dupla Gre-Nal, Juventude e o próprio Caxias é diferente para os clubes do interior. São clubes que tem uma história, uma representatividade. Então, a responsabilidade não aumenta, é igual sempre. Juventude sempre tem que fazer competições entregar performance de acordo com seu tamanho, independente do investimento. Se for olhar desta maneira, o nosso rival tem muito mais responsabilidade por ser o atual vice-campeão. O investimento não entra nos 90 minutos — finalizou Carpini.