Campeão brasileiro da Série D de 2017 com o Operário, o ex-jogador Athos, com passagens por Juventude, Veranópolis e Esportivo, foi comandado pelo técnico Gerson Gusmão no time paranaense. Titular da campanha vitoriosa pelo clube de Ponta Grossa, o meia detalhou a forma de trabalho do novo treinador do Caxias. Conforme o atleta, que se aposentou dos gramados em 2020, Gusmão é muito estudioso:
— É um dos grandes treinadores com quem eu trabalhei. Ele é um treinador muito atualizado, estuda bastante, se prepara muito para cada desafio que tem. É um treinador que estuda muito a equipe que vai trabalhar, a região, o que a equipe tem como cultura de estilo de jogo. Quando cheguei no Operário, peguei o Gerson já campeão da uma copa da federação paranaense e conquistou vaga na Série D.
Quanto ao modelo de jogo do novo comandante grená, Gerson Gusmão gosta de ter um time intenso, com marcação forte e bem organizado. Athos elenca alguns pontos da equipe do Operário-PR sob o comando do treinador.
— No Operário era uma modelo de jogo de muita marcação, muito intenso, forte e com uma transição muito rápida. Apesar de eu fazer a função de armador não sendo veloz, quando saía do primeiro terço da defesa até o meio campo a bola chegava com rapidez. Na frente, atletas de velocidade para achar passes e gols. Foi isso que nos levou a conquista da Série D — afirma Athos, que completa:
— Ele preza muito pela organização defensiva, jogávamos com uma linha de quatro bem definida. Tínhamos um conceito de jogar como equipe, não tinha um jogador que se destacava, mas dentro daquilo que ele planejava como equipe, nós assimilamos muito rápido o que ele pedia e as vitórias foram acontecendo.
Na sua estratégia dentro de campo, o treinador do Caxias não fica preso a um modelo. Para superar as adversidades de uma partida é importante ter variações. Athos explica como o treinador alternava o estilo de jogo quando encontrava um cenário adverso.
— O Gerson sempre teve algumas variações. Quando não acontecia o que ele pensava, sempre havia um segundo modelo. Tinha vezes que mudava para três atacantes, ou dois atacantes, com um volante só. Também baixava um meia para fazer um segundo volante e entrava um meia mais ofensivo. Ele sempre tinha variações, estuda muito e estuda o adversário. Ele chega já com conhecimento e título desta divisão que é muito difícil.
GESTÃO DE GRUPO
Assim como Athos, Gerson Gusmão também foi jogador e atuou no mesmo setor de criação. Por ter vivenciado o vestiário como jogador e sentir as necessidades de um atleta, o novo treinador do Caxias sabe como lidar com as situações recorrentes do dia a dia na gestão de um grupo com várias personalidades.
— O Gerson é um cara honesto, transparente, não tem meias palavras. Ele chama o atleta e fala o que tem que falar. Se tem que cobrar, ele cobra, sempre claro nas posições, quem começa jogando e o motivo. Isso facilita. Todo jogador quer um treinador assim, bem transparente e não tente enganar o jogador. Acho que isso facilita muito para ele ter o controle do vestiário como teve com a gente. Tínhamos muito jogadores com qualidade e nunca teve um problema de vestiário porque havia essa conversa franca com ele, sempre colocando os melhores para jogar, sem nome ou currículo.