A gente caiu em uma arapuca. Com esta frase, o vice de futebol do Caxias, Paulo César Santos, falou sobre a polêmica mudança de data do jogo grená devido ao aluguel do Estádio Centenário ao Inter. O jogo do futebol feminino das gurias coloradas seria no sábado, mas após uma imposição da CBF, o confronto passou para domingo e o grená foi parar na fria noite de segunda-feira. Este foi o estopim para o torcedor ser tomado por um sentimento de revolta.
O ambiente vivido pelo time de sinergia com o torcedor na final do Gauchão acabou após o estadual. Minutos antes da bola rolar para Caxias e Hercílio Luz, pela 9ª rodada da Série D, no Estádio Centenário, era de crise. O primeiro torcedor a entrar na arquibancada geral fez uma cobrança aos jogadores e depois discutiu com outro torcedor. Dez minutos antes da bola rolar, o silêncio imperava, dava para se ouvir o som dos carros na rua Bento Gonçalves. Quando a equipe entrou em campo, tímidos aplausos de incentivo.
Com apito do árbitro, os quase mil torcedores presentes ainda esboçavam alguma reação positiva. A batida e o canto da Falange Grená não se fizeram presentes na arquibancada em forma de protesto. Nem o tradicional "grená eôôôô" ecoou pelas ruas do Euzébio Beltrão de Queiroz. O técnico Tcheco foi demitido pela torcida no segundo tempo, quando o Centenário cantou "Adeus Tcheco, Adeus Tcheco". Logo após, o vice de futebol foi a vítima com "Ei Paulo César, o Caxias não precisa de você". A derrota por 1 a 0 em casa foi o fim da linha para o treinador.
APITO FINAL E REUNIÕES
Após as vaias e a torcida deixar o Estádio no Centenário, o gramado era iluminado por apenas uma das torres, a central. Na sala de imprensa, os jornalistas e fotógrafos esperavam quem ia falar. Enquanto isso, apenas duas salas com as luzes ligadas do lado oposto: o vestiário do time principal e a sala do departamento de futebol. No vestiário, os jogadores se trocavam. Na sala ao lado, uma longa reunião era realizada pela cúpula grená.
Foram 40 minutos de espera até que o assessor de imprensa do Caxias informava que o presidente Mário Werlang daria um pronunciamento e o vice Paulo Cesar concederia uma coletiva. O relógio apontava 21h50min quando o dirigente máximo anunciava a saída de Tcheco.
Na sequência, enquanto o vice de futebol explicava o futuro, o integrante do grupo gestor Neco Argenta também acompanhava a coletiva dentro da sala. Na porta estava o gerente João Corrêa e do lado de fora o presidente Mário.
A movimentação no gramado e nos bastidores foi intensa. O tom das falas foi de serenidade para passar calma aos torcedores, que nutrem o sentimento de revolta com a direção. Nas conversas de bastidores, a falha do goleiro André Lucas também foi pauta. O outro titular, Pedro Paulo ainda não passou segurança na meta. A noite que era para reconquistar o torcedor, terminou com derrota e um pedido de desculpas.