Descendentes da matriarca Josephyna Bianchi Segat reúnem-se neste domingo (24), em São Valentim da 2ª Légua, interior de Caxias do Sul, para prestar uma homenagem a nona Phyna, como ela era conhecida. A festividade, que prevê reunir cerca de 150 pessoas, inclui missa na capela da comunidade e almoço no salão.
Para o neto Valdecir Segat, um dos organizadores do encontro, será uma oportunidade de manter viva a memória da avó, falecida há 28 anos, mas que até hoje é uma referência para a família, amigos e comunidade. O encontro também permitirá que as novas gerações conheçam mais sobre suas raízes.
Filha de Angelo Bianchi e Carlota Mioranza Bianchi, dona Josephyna nasceu em São Valentim em 10 de março de 1906. Teve outros nove irmãos: Maria, João, Ângelo, Alberta, Hermelinda, Amélia, Itália, Antônio e Leonilda. Já o marido, Augusto Segat, nasceu em uma localidade próxima, Cerro da Glória, em 20 de março de 1903 – ele era filho de João Batista Segat e Ana Cemin, e irmão de Maria, Assunta, João, Leonardo, Dominga e Henrique.
Quando casaram, em 1924, Phyna e Augusto cogitaram morar em Porto Lucena, mas uma tragédia acometeu a família de seu Augusto, resultando na morte de seu pai e do irmão Henrique por envenenamento. A boa relação com a família Bianchi, no entanto, fez com que permanecessem em São Valentim, trabalhando principalmente com parreiras, milho e trigo.
ATUAÇÃO COMO PARTEIRA
O casal teve um total de 11 filhos: Dolorato (falecido com apenas três dias), Flora, Willibaldo, Delma, Olga, Helena, Renata, Augusto, Maria, Terezinha e o caçula Selvino, nascido em fevereiro de 1942, seis meses depois da morte precoce do patriarca Augusto, em 1941.
Após ficar viúva, Josephyna contou com ajuda dos irmãos e dos vizinhos para cuidar da propriedade. Além de agricultora, ela foi parteira e teve a triste experiência de presenciar sua cunhada Maria morrer por complicações no parto de Antoninho – o menino foi imediatamente adotado por Josephyna e criado como filho.
Nona Phyna faleceu em 15 de fevereiro de 1996, faltando menos de um mês para completar 90 anos.
LEMBRANÇAS DA AVÓ
A matriarca viu os filhos crescerem e trilharem o próprio caminho. Willibaldo casou-se e foi morar próximo de sua casa. Cinco das filhas tornaram-se professoras: Olga, Helena e as três religiosas – Irmã Delma, Irmã Terezinha e Irmã Renata (diretora por muitos anos do Colégio São José e uma referência na área da educação). As outras filhas, Flora e Maria, seguiram como agricultoras. Já Augusto permaneceu na casa paterna, enquanto Selvino foi para o seminário, formando-se advogado e atuando posteriormente como vereador.
Luciana Segat, uma das netas, lembra com carinho da nona Phyna, com quem conviveu por muitos anos:
– Ela assumiu e educou os filhos baseada na fé e na força que a vida lhe impôs. Era alegre, gostava de passear e participar das festas de comunidade. Era muito vaidosa, lembro de pentear seu longo cabelo (até a cintura), que manteve com um coque sempre impecável até o final da vida. Viveu com o filho Augustinho (in memoriam) e sua esposa Elena, que reside até hoje na mesma casa (foto abaixo), construída há mais de 90 anos, preservando e mantendo a história de nossos ancestrais - conta Luciana.
HOMENAGEM
O nome Josephyna Bianchi Segat foi escolhido para batizar um trecho da estrada municipal entre Forqueta e a Estrada da Uva. Segundo o filho Selvino Segat, a escolha deu-se pela trajetória e representatividade de nona Phyna como mulher agricultora, progenitora de uma grande família, que ficou viúva muito jovem, e pela atuação como parteira na região.
COLABORAÇÃO
Informações e fotos desta página são uma colaboração de Margô Segat, neta de nona Phyna, juntamente com outros familiares.