São 10 filhos, 20 netos, 25 bisnetos, uma tataraneta e centenas de histórias para contar e recordar. Só por esses números já dá para imaginar como foi o encontro deste domingo, dia 29, quando a família de dona Angelica Victoria Radaelli reuniu-se para comemorar os 100 anos da matriarca, na localidade de Santos Anjos, interior de Farroupilha. E no dia exato do centenário, trazemos aqui um pouco de como toda essa trajetória começou.
Quarta dos cinco filhos do casal Demétrio Germano Perini e Rosa Slomp Perini, Angelica nasceu em 31 de maio de 1922, na comunidade de Nossa Senhora da Salete, em Farroupilha. Conforme informações repassadas pelos descendentes, as dificuldades acompanharam dona Angelica e os irmãos João Pedro, Luiz, Rosa e Anselmo desde a infância - aos seis anos, ela perdeu o pai em um acidente, aos 10, ficou órfã de mãe, após uma longa enfermidade desta. Já por volta dos 12 anos, a menina viu sua responsabilidade aumentar - ao assumir todas as tarefas da agricultura e da casa quando a irmã mais velha casou e passou a morar na cidade de Videira, em Santa Catarina. Segundo o relato familiar, Angélica também é muito grata até hoje ao falecido irmão João Pedro, que, por ser o mais velho, assumiu um verdadeiro papel de pai para os outros.
Outro familiar que ela recorda com grande afeto é de seu tio Joaquim Slomp - por este explicar como eles deveriam fazer suas tarefas, observando os vizinhos para saberem o tempo certo do plantio e da poda das parreiras.
O casamento
Em 28 de abril de 1945, aos 23 anos, Angelica casou-se com Alberto Joaquim Radaelli (in memoriam). Da união nasceram 10 filhos: Clarice Maria, Arlides Maria, Maria Odete, Maria Joanete, Maria Elisabeth, Paulo Mario, Angelina Maria, Germano Maria (já falecido), José Maria e Maria da Glória - que posteriormente lhe deram 20 netos.
O casamento durou 56 anos, até o falecimento de Alberto, em 20 de dezembro de 2001.
Vida comunitária
Sobre o cotidiano, dona Angelica colaborou por muitos anos na localidade de Santos Anjos, preparando as famosas batatas carameladas servidas nas festas da comunidade. Sempre gostou de compartilhar, não deixando que ninguém saísse de sua casa sem tomar um café ou levar algo de sua horta.
Definida pela família como carinhosa, brincalhona, bem-humorada e muito ativa, também desfilou na Festa do Vinho Novo e fez algumas apresentações no Sindicato Rural de Farroupilha.
Para resumir: as fotos desta página, de dona Angelica “na lida”, em família, rodeada de amigos e sempre sorrindo, traduzem o segredo da longevidade de nossa centenária aniversariante… Parabéns!
Uma boneca
Na infância, Angelica rezava muito para ganhar de Natal uma boneca de presente do “Gesù Bambino”, como as outras crianças, “mas ele nunca passou”. Entretanto, a matriarca ficou bastante feliz quando ganhou sua primeira boneca, depois dos 60 anos.
Também costumava repetir com frequência a expressão “ancoi è peccato morire chi ha tutto e si lamenta” – algo como “é pecado mortal quem hoje tem tudo e ainda se queixa”.
Registros dos 90 anos
Nas imagens a seguir, alguns registros da festa dos 90 anos, celebrados em 2012. Por fim, quatro gerações de mulheres da família.
Agradecimento
Agradecemos a colaboração de Laís Chiappin, bisneta de dona Angelica, e de todos os familiares que auxiliaram nas informações e na disponibilização das fotos desta página.