Depois de entregar a escultura do Anjo Samuel, uma homenagem ao neto de 21 anos falecido em 2008, a escultora Dilva Conte, 87 anos novamente presta uma homenagem a um familiar. Desta vez, ao irmão mais velho, Primo Slomp (1907-1982), um dos diretores da lendária Cooperativa Vinícola Forqueta. É exatamente lá, onde também está situado o Museu da Uva e do Vinho, que ocorre, neste sábado, às 15h30min, a inauguração do busto esculpido pela artista.
A cerimônia resgata a trajetória do primogênito do casal Joaquim Slomp e Vergínia Lain Slomp, nascido em 10 de julho de 1907. Conforme informações repassadas pela família, o jovem recebeu esse nome devido a um costume da época entre os trentinos: dar aos filhos nomes com os numerais. Ele se chamou Primo por ser o primeiro da nova geração nascida no Brasil — a família é completada pelos irmãos Joaquim Slomp Filho, Rosa, Serafina, Égide, Virgínia e Dilva, a caçula, atualmente com 87 anos.
Por ser um hábil comerciante, Primo também foi o escolhido para dirigir a Cooperativa Vinícola Forqueta, fundada em 1929 pelo pai e comandada inicialmente pelo tio Quinto Slomp. Atuante, nos primeiros tempos, como diretor comercial e depois como presidente, Primo logo tornou-se um líder e entusiasta do cooperativismo, colaborando com a organização de órgãos nessa modalidade no Rio Grande do Sul e conquistando novos mercados para os vinhos "da Forqueta".
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A família
Em 30 de dezembro de 1930, aos 23 anos, Primo Slomp casou-se com Dejanira Carlotto, com quem teve as filhas Leane, Loraine e Amália. Já em 1973, quando tinha 66, o empresário sofreu um acidente durante uma inspeção nas pipas na fábrica. A queda quase tirou-lhe a vida, mas não a vontade de trabalhar.
Primo Slomp seguiu atuando na cooperativa até 4 de outubro de 1982, quando faleceu. Ele tinha 75 anos.
Atuação comunitária
Entusiasta do futebol, Primo Slomp foi sócio-fundador do Esporte Clube União Forquetense. Já em 1949, como presidente do Grêmio Esportivo Flamengo (atual S.E.R. Caxias), juntamente com Américo Pisani e Albano Caberlon, doou a terra onde hoje situa-se o Estádio Centenário, clube do qual foi sócio por toda a vida.
Museu da Uva e do Vinho
Em 2002, por meio de uma parceria entre a Cooperativa e a Secretaria da Cultura de Caxias do Sul, foi fundado o Museu da Uva e do Vinho, que recebeu o nome de Primo Slomp. O pioneirismo dos Slomp é homenageado ainda na praça do bairro, com um busto de Joaquim Slomp, também desenvolvido por dona Dilva Slomp Conte.
Informações desta coluna são uma colaboração de Loraine Slomp Giron e Amália Slomp Esteves, filhas de Primo Slomp.
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